Arte, introspeção e espiritualidade. São estes os pressupostos da exposição Lugar Comum que, desde os meados de julho, ocupa o Convento da Graça com o objetivo de honrar uma das mais antigas construções barrocas da cidade de Lisboa. Sob a temática Familiaridades, a exposição insere-se no Ciclo da Graça, criado pela organização cultural Pousio.
“Além de querermos trabalhar a arquitetura conventual do edifício, o nosso objetivo passa também por mostrar como os artistas vão muito para além do atelier. Na Pousio, queremos trazer outras formas de pensar a cultura, desde as artes visuais ao cinema, e aproximar produtores e artistas de aldeias, vilas e lugares em Portugal que atualmente não estão a ser trabalhados de um ponto de vista cultural”, explica Francisca Gigante, da Pousio e uma das curadoras da exposição, à VISÃO Se7e.
Lugar Comum, a primeira de várias iniciativas que pretendem tornar o Convento da Graça um espaço de interseção de diferentes manifestações artísticas até 2022, reúne trabalhos de quatro jovens artistas, pensados de raiz para os cantos e recantos do monumento lisboeta.
No claustro do convento, Maria do Rosário da Costa Pinto convida-nos a explorar, através de vultos e sombras, a memória daqueles que habitaram o monumento lisboeta, desde a sua construção até à atualidade, e a reviver as múltiplas procissões que marcaram a vivência religiosa da capital durante séculos. Já Mário Linhares (professor de Artes Visuais e co-fundador dos Urban Sketchers) aliou-se a Mafalda d’Oliveira Martins: criadas para se articularem harmoniosamente entre si, as obras dos dois artistas atravessam todo o recinto exterior do claustro e reconstroem, juntas, o caminho da procissão de Nosso Senhor dos Passos.
Antes ainda de nos encaminharmos para o miradouro, e de nos perdermos na vista sobre Lisboa, temos a oportunidade de observar as pinturas de Xavier B. Tourais, estudante da Faculdade de Belas Artes de Lisboa que tem feito das reflexões e angústias humanas o seu material de trabalho. No Convento da Graça, debruça-se sobre o pecado e a esperança da redenção através de velas colocadas num altar, que se queimam e renovam continuamente, numa referência à tríade católica.
Pensada também para despertar nos mais novos a curiosidade pela arte e pela cultura, a exposição mantém as portas abertas até este domingo, 15, entre as 10 e as 17 horas. A entrada é gratuita.
Lugar Comum > Convento da Graça, Lisboa > T. 21 887 3943 > até 15 ago > ter-dom 10h-17h > grátis > mais informações no site da Pousio e na página de Instagram