De todos e para todos. É desta forma que se apresenta o “De Volta à Praça”, um “programa saltimbanco” que irá viajar de cidade em cidade, a partir desta sexta, 9, para mais de 20 apresentações de circo, com música, teatro e dança. Pela primeira vez, o Coliseu do Porto e o Teatro Nacional São João (TNSJ) juntam-se para “rasgar fronteiras” e envolver “públicos de tenra idade numa vivência artística e cultural”, como sublinhou Mónica Guerreiro, presidente do Coliseu, durante a apresentação aos jornalistas. O projeto “De Volta à Praça” não se resume ao espetáculo e abrange oficinas, que permitem ao público “participar no próprio fazer”, acrescentou.
A abertura do programa acontece nos jardins da Casa das Artes, no Porto, nesta sexta, 9, partindo depois em digressão até 19 de setembro. Nos palcos, ao ar livre e num formato 360, haverá três espetáculos a “saltar” entre praças e parques do Porto, Arcos de Valdevez, Cabeceiras de Basto, Celorico de Basto, Cinfães, Marco de Canaveses, Mondim de Basto, Paços de Ferreira e Santo Tirso. Durante os próximos três meses, a circular por aí estará o Circo do Coliseu, com música ao vivo, a produção Circlus, do Teatro Palmilha Dentada, e Rasto, da companhia Erva Daninha. Além de envolver o máximo possível de parceiros, pretende-se “gerar a disseminação do projeto pelo território”, sublinha Mónica Guerreiro.
Com o Circo do Coliseu, que recria o espetáculo de Natal de 2020, embora adaptado aos locais onde decorrem as apresentações, segue o maestro e a orquestra para interpretar a banda sonora ao vivo. Uma estreia fora da casa-mãe que procura “recuperar a tradição itinerante do circo, montando arraial nas praças”.
Seguindo o mesmo propósito de resgatar o imaginário do circo, mas com uma abordagem mais contemporânea, assumindo um olhar irónico e acutilante sobre a atualidade, apresentar-se-á Circlus, a mais recente criação do Teatro Palmilha Dentada. Já Rasto, da companhia Erva Daninha, é um espetáculo que vive entre a dança e a acrobacia, tendo como elemento cenográfico um trator agrícola, adereço pouco comum nestas andanças. Trata-se de uma apresentação que pretende invocar a ligação entre o rural e o urbano, bem como a dicotomia entre o homem e a máquina.
Além das três produções, haverá oficinas de circo e marionetas organizados pelo Teatro da Palmilha Dentada em cada um dos concelhos visitados. Estas terão como foco principal as lendas e os enredos locais. Além de descobrir como se fazem e manipulam marionetas, o público interessado poderá mesmo aprender alguns truques de circo. Realizado fora de portas, este “é projeto singular pelo objeto que tem, os modelos performativos, que permite a ligação a outros públicos e a sua formação”, afirmou Nuno Cardoso, diretor do TNSJ. Trata-se de um projeto capaz de “criar laços autónomos”, acrescenta, no sentido de tornar possível a produção cultural fora dos grandes centros.
De entrada gratuita, as atividades acontecem num local delimitado e de capacidade variável, nunca excedendo os mil lugares e ficando sujeitas às contingências da pandemia. O “De Volta à Praça” faz-se à estrada levando na bagagem o circo que povoa o imaginário de todos.
De Volta à Praça > 9 jul-19 set > devoltaapraca.pt, bilheteira@devoltaapraca.pt > grátis