“Gira gira, roda roda, abre, fecha, mexe mexe, gira gira, roda roda…”. A cantilena marca o dia-a-dia na centenária fábrica de chocolates A Surpreendente. O ambiente, aparentemente feliz, muda, contudo, com a chegada de Bartolomeu V (quinta geração da família), que – vindo pelos ares, literalmente – decide contratar um “diretor inovador de novidades novas”. O roubo da antiga receita do chocolate põe em causa o futuro d’A Surpreendente, mas a boa notícia é que os empregados Belinda e Baltazar acabam por salvar a fábrica e apaixonam-se, como quase sempre acontece em todos os contos.
A Surpreendente Fábrica de Chocolate, musical para crianças produzido pela AM, está em cena até 6 de janeiro, em Matosinhos, e da história fica a mensagem de que “a inovação está no interior de cada um”.
Escrita pela jornalista Raquel Matos Cruz, que se estreia como guionista, e encenada pelo argentino Cláudio Hochman, a peça conta com a atriz Rita Ribeiro no papel de Benedita, a dona da fábrica que usa uns curiosos óculos vermelhos. Herman José dá voz aos patriarcas das quatro gerações da família, com o humor que o carateriza, Mariana Barbosa assina a coreografia e a composição musical é de Liliana Moreira – a peça tem música tocada ao vivo.
À VISÃO Se7e, Raquel Matos Cruz conta que as histórias de “príncipes e princesas corporizam o encanto e o amor, vilões, a maldade e a intriga”. Neste caso, porém, a princesa [Belinda] não acaba nos braços do suposto príncipe [Bartolomeu V]. O grande momento romântico, com direito ao tradicional beijinho, acontece com um quase anti-herói: Baltazar, o rapaz que está sempre a rimar. Apesar de ter sido a primeira vez que escreveu um guião, a jornalista confessa gostar de criar histórias desde sempre e de ter os seus três filhos como fonte de inspiração. Uma coisa é certa: depois de assistir a este musical, onde se ouve falar de bombons e de tabletes, quase se sente o cheiro a chocolate.