A fotografia é o elo comum neste galardão, destinado a incentivar a produção e a criação de jovens talentos nacionais. As propostas apresentadas revelam a vitalidade e a capacidade de reinvenção em torno de uma técnica já velhinha. Este ano, o júri, composto por Anna Gritz, Filipa Loureiro, Ricardo Nicolau e Rita Vitorelli, distinguiu, por unanimidade, as propostas de Maria Trabulo (a vencedora), Ana Linhares, Carlos Arteiro e o coletivo Sem Título 2018, considerando que todos estes artistas manifestaram “uma abordagem à fotografia que amplia o alcance e as possibilidades deste meio na arte contemporânea”.
Maria Trabulo relaciona a fotografia com a memória humana: na sua série Homens Petrificados, observam-se digitalizações e manipulações de fragmentos de estátuas derrubadas ou destruídas por motivos políticos em vários países europeus, que remetem para um questionamento do valor documental fotográfico e para a reinterpretação histórica. Ana Linhares trabalhou a memória da herança colonial portuguesa, Carlos Arteiro questionou o “carácter impessoal, mecânico, da prática fotográfica” partindo da fotografia e chegando a outros suportes, como a pintura e o vídeo, e o coletivo Sem Título 2018 retrabalhou noções de autoria e identidade.
Novo Banco Revelação 2018 > Museu de Serralves > R. Dom João de Castro, 210, Porto > T. 22 615 6500 > até 27 jan, seg-sex 10h-18h, sáb-dom 10h-19h > €10