O primeiro passo foi dado em 2016, com o disco Menina, que marcou o final de um silêncio de três anos sem editar. Na altura, a cantora, que, verdade seja dita, nunca se assumiu como fadista, chamou para junto de si um conjunto de novos autores, oriundos das mais variadas latitudes da música portuguesa, como Jorge Cruz (Diabo na Cruz), Peixe e Nuno Prata (ex-Ornatos Violeta), Kalaf, Luís Severo, Filho da Mãe e André Henriques (Linda Martini), para expandir as fronteiras da sua música muito para além da tradição do fado que cantou durante quase duas décadas. O objetivo não era renegá-la, antes libertar-se de barreiras e constrangimentos estéticos. Em suma, Cristina Branco queria ser livre.
No novo disco, Branco, editado no início deste ano, alargou mais uma vez, e talvez até ao infinito, o seu já de si muito abrangente universo musical. Para isso voltou a reunir à sua volta os nomes atrás citados, convocando outros, como Mário Laginha, a jovem Beatriz Pessoa e o decano Sérgio Godinho, uma das maiores referências de Cristina Branco, como já por diversas ocasiões assumiu, e desde há muito seu habitual colaborador. O resultado disto tudo foi “um disco livre de qualquer preconceito”, no qual as “realidades se transformam gradualmente num novo normal, em que tudo é possível”. As palavras são da própria e foram proferidas aquando do lançamento de Branco, um trabalho pessoal, que tanto soa a jazz como a fado, sem ser uma coisa nem outra. Ou, antes, sendo isso tudo e muito mais, mercê dos exemplares arranjos musicais do trio composto por Bernardo Couto (guitarra portuguesa), Bernardo Moreira (contrabaixo) e Luís Figueiredo (piano), que também irão acompanhá-la em palco.
Cristina Branco > Teatro Tivoli > Av. da Liberdade, 182-188, Lisboa > T. 21 315 1050 > 15 mai, ter 21h30 > €15 a €24 > Casa da Música > Av. da Boavista, 604-610, Porto > T. 22 012 0220 > 26 mai, qua 21h30 > €20