As pinturas de Pedro Batista e de Francisco Vidal confrontam- -se, nas paredes da Galeria Underdogs, em busca daquilo que têm em comum
À primeira vista, pode não haver muito em comum entre as pinturas de Francisco Vidal e as de Pedro Batista. Mas os dois artistas plásticos, de 38 e 36 anos, respetivamente, quiseram ir para lá dessas impressões iniciais, na exposição conjunta que inauguram na Galeria Underdogs, em Lisboa. Marginal gira em torno da sua adolescência, explicam, como forma de falarem do que se esconde por detrás das suas obras. “Quisemos ir à raiz do processo criativo”, resume Francisco Vidal, que, tal como Pedro Batista, cresceu no eixo Carcavelos-Oeiras, na Linha de Cascais – a chamada Marginal. Na periferia da periferia, os dois viveram uma adolescência aberta ao mundo – aquela altura da vida em que, lembra Francisco Vidal, “acreditamos que podemos mudar o mundo com as mãos”. Nos anos 90, cresceram com a música grunge, o graffiti, o skate e o surf, o hip-hop e o punk hard-core, o espírito do-it-yourself. Um caldeirão que os tornou nos artistas que são hoje e que os faz agora olhar para trás e, num discurso abrangente, falarem desse universo local que partilham. Do passado fazem presente, numa exposição que acompanham com a publicação de uma fanzine.
Galeria Underdogs > R. Fernando Palha, Armazém 56, Lisboa > 25 nov-23 dez, ter-sáb 14h-20h > grátis
