Por estes dias, recorda-se, em Paredes de Coura, o poeta Mário de Sá-Carneiro, no ano em que se assinala o centenário da sua morte. A exposição Mil anos me separam de amanhã, que pode ser vista até final de maio, é o lado mais visível do primeiro Realizar: Poesia, iniciativa da autarquia que pretende colocar a vila – conhecida, especialmente, pelo festival de música de verão – na rota do turismo cultural, com a exibição de filmes, conversas sobre poesia (com Adolfo Luxúria Canibal, Cruzeiro Seixas, Ana Deus, Daniel Jonas e Mário Cláudio, entre outros), teatro e performances.
A exposição reúne o espólio de uma coleção privada, do qual fazem parte exemplares das edições originais dos livros de Mário de Sá-Carneiro, publicados em edições de autor, manuscritos e correspondência. E também parte do acervo fotográfico da infância do poeta que, aos 15 anos, já traduzia Victor Hugo. Organizada em sete etapas, a mostra inclui ainda um exemplar do livro de poemas Dispersão e manuscritos nunca reproduzidos como Sete Canções de Declínio. Mas o que certamente atrairá muitos dos olhares a quem entrar no Parque de Estacionamento Central, no centro da vila – palco desta exposição – será, certamente, a nota de suicídio deixada por Mário de Sá-Carneiro a Fernando Pessoa, o seu melhor amigo. Era 26 de abril de 1916 e o escritor modernista português tinha 25 anos quando apareceu morto num hotel em Paris.
Mil anos me separam de amanhã > Parque de Estacionamento Central, Lgo. Hintze Ribeiro, Paredes de Coura > até 22 mai, seg-sáb 10h-18h > grátis