Tamworth, Austrália, 1969. A repressão social estava a ser quebrada por uma nova geração em busca de liberdade. As mulheres emancipavam-se com relações sexuais desprotegidas e inspiradas pelo Kama Sutra, que deram origem a muitas gestações inesperadas. Ao mesmo tempo que Vivian (Sophie Bloom) é levada para Stanton House, o lar de acolhimento de jovens grávidas, chega Joan Millar (Jessica Marais), a enfermeira-parteira que se tornará uma aliada para as jovens que se sentem abandonadas pela família. Vivian e todas as outras têm de mudar o apelido até ao final da gravidez, para proteger a reputação das suas famílias “da vergonha que lhes trouxe”. Também Joan deveria, segundo o pai, ter regressado de Londres já uma médica formada e casada.
A culpa de uma sala de espera cheia no consultório de obstetrícia é “do raio da revolução sexual”, justifica a impiedosa enfermeira-chefe Matron Bolton (Mandy McElhinney). “Tudo seria mais fácil se nos deixassem tomar a pílula”, defende Vivian. Estas raparigas, que ganham o seu sustento a trabalhar na lavandaria do hospital, só querem ir ao concerto de Mick Jagger, assistir à chegada do Homem à Lua e expressar a sua oposição à guerra do Vietname.
Sarah Lambert, 51 anos, não era nascida na década de 1960, mas quando soube do caso de uma amiga da sua mãe, uma entre os milhares de mulheres obrigadas a ir morar para uma casa de mães solteiras e entregar os seus filhos para adoção, não hesitou em escrever o argumento e em produzir a série que, entre 2014 e 2017, viria a ter 36 episódios em quatro temporadas. Antes da estreia, a ex-primeira-ministra australiana Julia Gillard, em 2013, chegou a proferir um pedido de desculpa nacional e público a todos os afetados por este programa de adoções forçadas, mães, pais e filhos ilegítimos, a quem chamaram love child.
Veja o trailer da série
Love Child > Estreia 12 mai, qua 21h25 (episódio duplo)