Here and Now não tem o toque de humor ou a comoção de Parenthood e Irmãos e Irmãs, mas o facto de a história também andar à volta de uma família americana meio disfuncional traz certas lembranças. Só o elemento sobrenatural, bastante ténue, que não ofusca o argumento, desvia as atenções. Esta é a terceira série de Alan Ball, o homem de Beleza Americana, filme com o qual venceu o Oscar de Melhor Argumento, e das séries de culto Sete Palmos de Terra (2001) e Sangue Fresco (2008), com inúmeros Globos de Ouro no palmarés. Em Here and Now, Alan Ball faz a sua reflexão sobre a família – uma, americana progressiva e multirracial; outra, muçulmana contemporânea, tentando mostrar que tudo não passa de uma experiência.
O casal Greg Bishop Boatwright (Tim Robbins) e Audrey Bayer (Holly Hunter) vive, aparentemente, dias de normalidade. E como estes atores representam bem a normalidade. Só o facto de terem quatro filhos, todos já adultos, três dos quais adotados no Vietname, na Libéria e na Colômbia, gera alguma diferença. Assim como os temas abordados: o generation gap entre a mãe, terapeuta e supercontroladora, e a filha millennial com instinto natural para rejeitar a família; o consumo de marijuana por Ramon, o filho colombiano gay que começa a sofrer de misteriosas alucinações e passa a consultar um psiquiatra muçulmano; ou o estado depressivo do pai, professor de Filosofia que, há 30 anos, escreveu um best-seller, quando o mundo ainda não estava virado do avesso. Greg sente-se, por vezes, um adolescente, outras parece que o coração vai parar de bater. É um filósofo à procura de significados, mas nem sempre os consegue encontrar. Como qualquer um de nós.
Here and Now > TV Series > Estreia mundial 11 fev, dom 2h, seg 22h45