Pode não ser a última coca-cola do deserto, mas Tyrant não é uma série totalmente desprovida de intenção. Se assim não fosse, entidades como os conselhos Muçulmano de Assuntos Públicos e Muçulmanos no Cinema e na Televisão não teriam criado um guia de recursos para a indústria do entretenimento. Apesar de a trama se passar em Abbudin, uma cidade fictícia do Médio Oriente, também o Conselho de Relações Americano-Islâmicas, no início da série, em 2014, quis reunir com a produção para discutir as preocupações da comunidade sobre o potencial estereótipo de islamofobia na série.
O know-how do produtor executivo Howard Gordon, o homem por detrás de outros grandes sucessos como Ficheiros Secretos, 24 e Segurança Nacional, é sinónimo de imparcialidade e, tal como já fez em Segurança Nacional, por exemplo, em que contratou historiadores para o acompanharem no seu processo criativo, também em Tyrant, Gordon fez questão de ter um realizador palestiniano para o aconselhar.
Depois do episódio-piloto ter sido gravado em Marrocos e da equipa se ter depois mudado, nas filmagens da primeira temporada, para Israel (criando dificuldades logísticas adicionais e objeções políticas por se produzir um programa sobre o mundo árabe no estado judeu), a segunda temporada foi rodada em Budapeste, na Hungria. Nos novos dez episódios, com a vida do ditador Jamal (Ashraf Barhom) em perigo e Abbudin a mergulhar no caos político, depois de ter sido tomada de assalto pelo Califado, o seu irmão Barry (Adam Rayner) é nomeado presidente interino e prepara as primeiras eleições democráticas. Qualquer semelhança com a realidade poderá não ser coincidência.
O ator Chris Noth, o eterno Mr. Big de Sexo e a Cidade e, mais recentemente, Peter Florrick em The Good Wife, está de volta no papel de um general americano que chega a Abbudin.
Tyrant > FOX Life > estreia 20 jul, qua 23h10