É para desvendar e questionar as diversas vivências dos edifícios lisboetas que a 13ª edição da Open House nos leva a olhar para a arquitetura da cidade neste fim de semana, dias 11 e 12. Sob o tema Os Híbridos das Transições, a dupla de curadores (e irmãos) convidados, Sandra Marques Pereira e Alexandre Marques Pereira, socióloga e arquiteto, respetivamente, selecionou 74 locais, 48 dos quais estreantes na Open House, organizada pela Trienal de Arquitetura de Lisboa.
Nesta lista, há edifícios obsoletos, armazéns, lojas, casas de habitação, galerias, museus e palácios, entre outros lugares.
“Cada cidade contém dentro de si inúmeras camadas e visões. Podemos olhá-la de vários ângulos, seja de um ponto de vista arquitetónico, sociológico, espacial ou antropológico. Para nós, é fundamental partilhar visões, imagens, olhares diferentes sobre a cidade”, salienta o presidente da Trienal de Arquitetura, José Mateus.
Uma das novidades desta edição é o passeio sonoro intitulado Coisas e Pessoas de Muitos Sítios do Mundo, desenhado pela antropóloga Filomena Silvano, entre as praças da Figueira, do Martim Moniz e do Chile.
Além das visitas orientadas e sensoriais para pessoas cegas, entre outras atividades acessíveis, o programa inclui cinco passeios por diferentes zonas de Lisboa: Telheiras, Alvalade, Mártires e Anjos, Beato e Marvila, Carmo e Terreiro do Paço.
Haverá ainda workshops, sete exposições e dois concertos, um pelos alunos da Escola Superior de Música de Lisboa (sáb 17h) no Mosteiro de São Vicente de Fora, o outro pelo trio Rizoma (dom 19h) na Casa do Comum. Já para o público mais jovem, estão agendadas leituras, oficinas e duas visitas orientadas, ao Centro Ismaili (sáb 10h-11h30) e à Escola do Castelo (dom 11h-12h30). Todas as atividades são gratuitas e requerem inscrição prévia (no site da Trienal).
“Escolhemos um tema que nos permitisse explorar e potenciar a interdisciplinaridade entre a arquitetura e a sociologia”, diz Sandra Marques Pereira. Os Híbridos das Transições lembra igualmente os 50 anos do 25 de Abril. “A revolução é uma mudança de um dia para o outro, já as transformações do espaço e da arquitetura são feitas de transição. Misturam elementos contraditórios, do passado e do presente.”
Open House Lisboa > 11-12 mai, sáb-dom > grátis > programa completo e inscrições em trienaldelisboa.com
Três visitas a não perder
Casa do Comum No Bairro Alto, o último projeto sonhado por José Pinho, fundador da Ler Devagar e do Festival Fólio, funciona como um centro cultural, com alfarrabista, livraria, bar e uma programação variada regular. Sáb 14h-20h, dom 14h-19h
Convento dos Cardaes Desde o século XIX, é dirigido pelas Irmãs Terceiras Dominicanas para acolher pessoas portadoras de multideficiência grave. Na sua igreja em talha dourada, destaca-se uma das maiores coleções de azulejos holandeses do século XVII. A visita guiada inclui ainda o refeitório, a sala do capítulo, dois claustros e a loja. Sáb-dom 10h-13h, 14h-17h
Apartamento Esquina Pombalina Ainda cheira a novo este apartamento localizado numa das esquinas mais interessantes da cidade, com vista para o rio Tejo e para a Igreja do Corpo Santo, no Cais do Sodré. Sáb-dom 14h-18h
Convento dos Cardaes Desde o século XIX, é dirigido pelas Irmãs Terceiras Dominicanas para acolher pessoas portadoras de multideficiência grave