“Como seria o interior do museu se o tempo parasse?” Foi esta a ideia inicial de Luís Sebastian quando acedeu à ideia de organizar um “Mannequin Challenge” (a moda na internet que ‘congela’ as pessoas) pelo interior da instituição cultural que dirige, o Museu de Lamego, e que chega este ano ao centenário. Só que a adesão à iniciativa, marcada para esta terça, dia 4, “ultrapassou e muito” a fasquia dos 150 participantes que Sebastian tinha previsto inicialmente. O vídeo, feito em parceria com a Escola Secundária Latino Coelho, de Lamego, percorrerá todas as salas do interior do museu instalado no antigo Paço Episcopal, no centro da cidade, e pretende, sobretudo, “envolver a comunidade e quebrar a ideia que se trata de um museu clássico”, realça Luís Sebastian, à frente da instituição desde 2014, juntamente com a Rede de Museus Vale do Varosa. Integrada nos concelhos de Tarouca e Lamego, a Rede é constituída pelo Museu de Lamego, Mosteiro de Santa Maria de Salzedas, Capela de São Pedro de Balsemão, Ponte Fortificada de Ucanha, e, desde julho do ano passado, também pelos Centros Interpretativos do Convento de Santo António de Ferreirim e Mosteiro de São João de Tarouca.
Mas esta não será, de todo, a única iniciativa de comemoração do centenário. Desde o início do ano que o museu passou a estar aberto à segunda-feira, sendo, por isso, das poucas instituições culturais que podem ser visitadas todos os dias do ano (incluindo à hora de almoço). No dia 5 de abril, data em que se assinala os 100 anos, o jantar de comemoração servirá de angariação de fundos para o restauro de uma pintura do século XVI doada ao museu em 1917, mas que se encontra, desde então, guardada nas reservas. “Queremos devolve-la à fruição pública”, afirma o diretor. Do programa do centenário, que ainda está a ser desenhado, fazem parte os ciclos de fotografia (junho) e cinema (agosto), o Museu em Imagens (julho), o Compassos da História (concertos de música antiga em cenário de época), e o Museu.Doc (vídeos mensais com a duração de oito minutos à volta de uma peça).
O Museu de Lamego, visitado anualmente por cerca de 30 mil pessoas (70% dos quais estrangeiros), é, resume o seu diretor, “um museu de pessoas para pessoas”. “É eclético, com coleções muito variadas, que surpreende pela mistura. Um museu que surgiu por uma vontade política, durante a Primeira República, e depois se foi construindo através de doações.” E onde, além de coleções de cerâmica, desenho e gravura, escultura, mobiliário, ourivesaria, pintura e têxteis, estão guardados 18 tesouros nacionais, como o antigo Retábulo da Sé, de Vasco Fernandes, tapeçarias flamengas e painéis de azulejos do século XVII.
Museu de Lamego > Largo de Camões, Lamego > T. 254 600 230 > seg-dom 10h-18h > €3; €9 (bilhete conjunto Rede de Museus Vale de Varosa)