Levar a poesia aos quatro cantos de S. João da Madeira – das ruas a cafés, restaurantes, padarias e até a fábricas – já se tornou habitual durante o mês de março. Assim acontece há 14 anos, como forma de antecipar o Dia Mundial da Poesia que se comemora no próximo dia 21. A abertura oficial da festa acontece no sábado, 12, quando o projeto Os Poetas, de Rodrigo Leão e Gabriel Gomes, subir ao palco da Casa da Criatividade, para, com o ator Cláudio da Silva, cantar e dizer a poesia de Mário Cesariny, Herberto Helder, Adília Lopes, António Ramos Rosa, Al Berto e Luíza Neto Jorge, alguns dos poetas já homenageados em outras edições desta iniciativa organizada pela Câmara Municipal de S. João da Madeira.
Este ano, os poetas José Fanha e o escritor Paulo Condessa são os comissários da 14.ª Campanha Poesia à Mesa (o escritor de literatura infanto-juvenil José Fanha é ainda um dos homenageados juntamente com Angélica Freitas, Edmundo Bettencourt, Fiama Hasse Pais Brandão, Daniel Maia-Pinto Rodrigues e Nuno Moura). A Peregrinação Poética do dia 18 (22h), na zona pedonal da cidade, é outro dos pontos altos do programa. Dez grupos de teatro amador e associações culturais percorrem seis palcos espalhados pela cidade (em cada um deles homenageando um autor), este ano com a atriz Filomena Cautela como cicerone. Esta maratona poética “tem-se transformado no grande momento de criação artística da nossa comunidade”, salienta Suzana Menezes, vereadora da cultura da autarquia, sublinhando o crescendo desta festa da poesia tanto em número de público como “de tertúlias poéticas de poetas sanjoanenses que tem crescido tanto em qualidade” (acontece dia 16, às 18h, na Biblioteca Municipal).
Nos próximos dias e como já é habitual, as mesas de cafés e restaurantes estão decoradas com poesia, que se estende aos aventais dos empregados e aos sacos de pão das padarias. É uma espécie de contaminação poética que envolve toda a cidade e chega até às unidades fabris do turismo industrial de S. João da Madeira, com as fábricas de lápis, chapéus, feltro e sapatos – Viarco, Fepsa, Everest, Heliotextil e Helsar – a interromperem o funcionamento laboral para os trabalhadores escutarem poesia. Ao longo dos próximos dias, também haverá diseurs em restaurantes da cidade, durante as horas de almoço e jantar. Uma exposição marca ainda a programação deste ano: Mulheres que Partem, da autoria de Sandra Guerreiro Dias e Dominika Gorecka, junta instalação gráfica, à poesia e ilustração, na Biblioteca Municipal, para denunciar a violência contra as mulheres. A sessão poética que juntará no dia 19 (Dia do Pai) Sinde Filipe e Laurent Filipe (pai e filho) na Casa da Criatividade e o lançamento do livro O Movimento Impróprio do Mundo, de Sara F. Costa (vencedora do prémio literário João da Silva Correia) integram o programa deste Poesia à Mesa.
Também Santo Tirso assinala o Dia Mundial da Poesia até 21 de março com apresentações de livros, poesia no Parque D. Maria II, declamações de poesia, além do já célebre Estendal Poético, que “pendura” poemas em peças de roupa. Este ano, a iniciativa intitulada Memória, Memórias homenageia o poeta açoriano Daniel Gonçalves e inclui a exposição coletiva Cumplicidades de um Corpo a lembrar Eugénio de Andrade (inclui obras de Alberto Péssimo, José Emídio, José Rodrigues, Evelina Oliveira, entre outros).
14ª Poesia à Mesa > S. João da Madeira > 11 mar-21 mar
Poesia Livre “Memória, Memórias” > Santo Tirso > 11-21 mar