
Miramar, o disco que junta as guitarras de Frankie Chavez e de Peixe, chega aos palcos em março. Será apresentado no Porto (Casa da Música), a 14 de março, em Lisboa (Teatro Villaret), a 26, e em Coimbra (Salão Brazil), a 30
Nem se conheciam pessoalmente quando, algures em 2015, se cruzaram num concerto dos They’re Heading West, mas os poucos minutos em que tocaram juntos foram o suficiente para os deixar com vontade de mais. A oportunidade surgiria dois anos depois, quando Peixe foi convidado para atuar no Guitarras ao Alto, festival que junta em palco duos de guitarristas, e desafiou Frankie Chavez para o acompanhar. Para prepararem o espetáculo, trancaram-se durante três dias numa vivenda em Miramar, localidade junto à praia, a meio caminho entre o Porto e Espinho, onde, por entre petiscos à beira-mar e jogos de pingue-pongue, tocaram muito, apercebendo-se de que, mesmo sem se conhecerem muito bem, as guitarras falavam por eles, tornando música a empatia sentida.
Logo aí nasceu a vontade de registar o momento em disco, o que só viria a acontecer no ano passado, quando replicaram esse processo mudando-se durante quatro dias para o estúdio de Rui Veloso, em Sintra. E, tal como acontecera antes, também aqui saiu tudo à primeira, de forma natural, como depressa se compreende ao ouvir este Miramar, um disco contemplativo e cinemático, composto por dez temas – da autoria de um e outro, como Pine Trees, de Frankie Chavez, ou Despassarado, de Peixe, aqui completamente recriados. Há, ainda, um inédito chamado Ping Pong, em memória dessas tardes junto ao mar onde tudo teve início. É um álbum contido e despojado, sem virtuosismos gratuitos. O talento vem ao de cima na cumplicidade musical que se ouve, como se ambos se transformassem num só músico quando tocam juntos.
Veja o vídeo do tema I’m Leaving