Quinta do Meco, em Sesimbra: Um segredo escondido atrás do portão

Podíamos passar 100 vezes por esta casa, que nunca adivinharíamos o que se revela ao entrar. Abram-se as portas da Quinta do Meco – o dever de informar sobrepõe-se à vontade de guardar o que é bom só para nós

Luísa Oliveira Jornalista

Luís Barra Repórter Fotográfico

Este texto exige um disclaimer: é-nos impossível escrever sobre esta aldeia, a 50 quilómetros de Lisboa, sem ser com o coração. Mas prometemos poupar nos adjetivos, até porque o que se sente pelo Meco não se aprisiona em palavras.

Adiante, que há um alojamento de que vale a pena falar, pela conjugação perfeita de centralidade e isolamento. Basta passar para o lado de lá do portão da Quinta do Meco, na rua principal da aldeia, onde estão os principais restaurantes e bares, para se entrar noutra dimensão, em que o ruído se cala e a agitação não entra. E agora, nesta altura zonza das nossas vidas, dá para ir para lá aproveitar as vantagens do teletrabalho – confinados por confinados, que seja em beleza.

Deixa-se a pressão da capital e em menos de uma hora está-se assim, por entre galinhas e pinheiros, num sossego infinito. Conseguem imaginar um sítio melhor para trabalhar, por estes dias de confinamento?

A casa grande, que fica à direita de quem entra, é dos proprietários, que estão sempre ali, sem quase se notarem, para qualquer eventualidade. Registe-se ainda que o que aqui se fez é prata da casa e saiu do esforço coletivo da família, que também é dona da churrasqueira em frente do tal portão mágico. Talvez por se sentir esta familiaridade em todos os pormenores a quinta tenha tanto encanto.

Quando chegamos, dá vontade de pousar as malas e percorrer, de imediato, os seis mil metros de espaços verdes, por entre pinheiros, árvores de frutos, uma horta muito bem tratada, baloiços em madeira e recantos que convidam à contemplação. A piscina, de água salgada aquecida, fica mesmo bem integrada no terreno. Há quatro casas à escolha, todas diferentes: a Lisboa e Porto dão para duas pessoas, a África acomoda até cinco hóspedes e a Madeira, que parece estar suspensa nas árvores, chega para uma família de quatro, porque se trata de um open space com uma cama de casal e um sofá cama. Todas permitem que se cozinhe e estão muito bem equipadas para esse fim.

A praia, magnífica (ups, escapou-me este adjetivo), fica mesmo ali ao lado – dá para ir a pé, numa caminhada que não chega a meia hora, de carro, pois há lugar para estacionar, ou numa das bicicletas que a Quinta do Meco tem para os seus hóspedes. Aproveitem-se estas pequenas maravilhas que o bicho ainda não nos roubou.