
No L’and Vineyards só se pode dormir em suítes, algumas com sky view
Marcos Borga
“Que a sensação de tranquilidade seja a memória mais presente que leva da sua visita.” É este o desejo, quase uma imposição, que Mário Morais, diretor -executivo deste retiro alentejano, deixa por escrito a quem chega ao L’And. Nós concordamos, mas acrescentamos outras sensações, que é para isso que aqui estamos.
Então registe-se que também se leva da visita a memória do coaxar repetitivo das rãs, à noite, no grande lago, ou o cheiro a madeira a queimar que se espalha no ar quando vamos a caminho do quarto, já que todas as varandas têm uma aconchegante lareira. E o céu estrelado, claro, mas esse vê-se muito melhor a olho nu do que através do vidro que se abre por cima da cama, em algumas suites.
No L’And só se pode dormir em suítes (umas com sky view, outras com um teto normal) e não há grandes diferenças entre elas – chão de ardósia e o resto em madeira. A sala comporta uma televisão discreta, um sofá confortável e uma mesa de apoio que simula um tronco de árvore. A cama afunda-se ao nosso deitar, como se quer num hotel deste gabarito. Bem sabemos que a casa-de-banho é assunto privado e que costuma ficar de fora destas descrições, mas isso é porque não existem muitas como esta – a ardósia estende-se à divisão em causa e lá está uma enorme banheira preta, dominante, de onde se tem uma bela vista para o pequeno pátio privado com jacuzzi ao ar livre (nem todas as suítes têm este miminho).
Do lado de fora, o luxo simples torna-se harmonioso. Para isso também contribui o facto de o edifício central estar desenhado com linhas geométricas modernas e minimalistas. Aqui integra-se a receção com a sala de estar e deixa-se espaço para que o restaurante com uma Estrela Michelin funcione (com o chefe Miguel Laffan), assim como o wine bar e as esplanadas bem resguardadas de dias mais frios. Cá dentro, quem estiver atento aos pormenores, notará facilmente como a arquitetura esteve na génese da criação deste projeto arrojado, em 2011.
Resta falar do vinho, o que afinal dá nome ao hotel (até o spa se apoia em produtos naturalmente extraídos da uva e nas suas propriedades antioxidantes). A vinha, que se prolonga pelos 66 hectares da herdade, está a um passo de ser orgânica, mas entretanto já se organizam provas para bem se apreciar o que se produz por aqui.

O restaurante do L’And, chefiado por Miguel Laffan, tem uma Estrela Michelin
Ana Baião
L’and Vineyards > Herdade das Valadas > Estrada Nacional 4, Montemor-o-Novo > T. 266 242 400 > a partir de €164