Muitos são os edifícios centenários do “velho” Porto, alguns ao abandono, que se têm transformado em unidades hoteleiras. Na rua de Belomonte, onde, em tempos, a burguesia se movimentava entre tipografias, ferreiros e escovarias – lá permanece, como testemunha, a Escovaria de Belomonte que ainda faz escovas à mão – abriu recentemente a Belomonte Guest House, num edifício de quatro andares do século XIX, colado ao Morro da Vitória. Neste alojamento com seis quartos, uma engenheira alimentar e um engenheiro mecânico recebem-nos como se estivessemos em casa.
Ali bem próximo, no Largo de São Domingos, que nos serve de entrada para a turística rua das Flores, um velho armazém de ferro foi reconvertido no Armazém Luxury Housing, com nove quartos de decoração moderna a contrastarem com referências da era industrial. Quase em frente, quem goste de luxo art déco, tetos em estuque e madeira e quartos de grandes dimensões, bata à porta da M Maison Particulière. Aqui, é-se recebido com toda a pompa e circunstância, numa guest house nascida num edifício do século XVI renovado, com arte vinda de Paris a Antuérpia.
Se dali descermos para a Ribeira, encontramos o The House Ribeira Hotel, onde, durante uma década, a escola Balleteatro ensinou dança contemporânea. O edifício deu lugar a um “hotel-casa” com 56 quartos informais, duas penthouses com vista sobre o Douro e um grab & go do Go Natural. A alguns passos daqui, o grupo espanhol Carris Hoteles inaugurou o seu primeiro e, dizem, maior hostel do País: o Bluesock abriu num edifício dos anos 30, com seis andares, deixando à vista (e bem) o exterior revestido a azulejos azuis e brancos e a pedra no interior.
Alternativa aos hoteis e guest houses são os apartamentos, a pensar em quem prefere passar uns dias em família, com autonomia na cozinha e uma maior privacidade. Na Batalha, próximo da Sé e da muralha fernandina, o Palácio dos Condes de Azevedo, dos séculos XVII e XVIII, foi renovado e é agora Design Palácio Flats: 19 apartamentos turísticos – de estúdios a T2 – que combinam a decoração minimalista com a traça original do edifício.
Do outro lado do rio, quase colados à ponte Luís I, estão agora os seis apartamentos do Oh!Porto, com os nomes das seis pontes do Douro, e fazem pasmar quem entra por uma estreita calçada na Serra do Pilar, em Vila Nova de Gaia. A vista é privilegiada e o Porto está mesmo ali.