LISBOA
1. Next Memory
A mesma equipa que deu a Lisboa a loja de perfumaria de nicho Skinlife, no Chiado, tem também uma cuidada linha de perfumes de casa chamada Next Memory, que ganhou este ano uma nova loja na Rua de São José e se estendeu aos chás e aos bálsamos corporais. Está instalada numa antiga farmácia e laboratório, e soube aproveitar essa carga histórica para criar um espaço lindíssimo onde acontece uma verdadeira viagem olfativa a Portugal. As criações são da dupla holandesa Patrick van den Berg e Dennis de Vries (este último responsável pela alquimia da marca), que montou um laboratório nas traseiras da loja para fazer todos os produtos para a casa, com os antigos armários de madeira escura para os expor em bonitos frascos. Vendem difusores em frascos de 250 ml ou três litros, em versão de óleo ou spray, e velas perfumadas dentro de porcelana portuguesa, desenhadas a partir de receitas inspiradas em cheiros portugueses como o café, o figo roxo, a maçã verde, o jasmim ou a bergamota. Adicionalmente, há gel para as mãos, álcool gel, chás e infusões com propriedades especiais e velas coloridas, gravadas com o monograma da Next Memory. M.C.B. R. de São José, 187, Lisboa > T. 96 858 5550 > seg-sex 11h-18h
2. Poeira Design

As grandes janelas envidraçadas são como um convite para entrar na Poeira Design, que se mudou, em setembro passado, para a Lapa e cresceu em dimensão. O projeto ainda não está terminado, avisa a fundadora e designer de interiores Mónica Penaguião. “São três grandes lojas, uma delas mais dedicada a showroom e exposição.” Quem entra está à vontade para se sentar, experimentar e tocar nos objetos e no mobiliário, sejam os cadeirões desenhados por Mónica para a linha da Poeira, feita em Portugal com recurso a artesãos nacionais, sejam os livros de arquitetura e design, candeeiros, cadernos e até as irreverentes coffee tables da italiana Fornasetti, uma das marcas internacionais com lugar cativo na Poeira. Tudo é fruto da curadoria da designer de interiores, que “nunca quis ter nada igual aos outros, mas coisas diferentes”. Por isso, procura móveis vintage, edições limitadas e numeradas ou peças de vários lugares do mundo que traz na bagagem e a ajudam a criar ambientes sofisticados mas simples, confortáveis e com cor. “As casas não se fazem de um dia para o outro, são construídas à medida que vão sendo vividas. E também não se querem estáticas, mas orgânicas, com as peças a poderem rodar e adaptar-se a vários ambientes”, deixa o conselho. R. Garcia de Orta, 71, Lisboa > T. 21 395 4229 > seg-sáb 10h-19h
3. Burel Chiado Home

O que é que não pode ser feito em burel? A pergunta faz sentido ao vermos a diversidade de artigos que cabe na nova loja da Burel Factory, no Chiado, especialmente dedicada à casa. Logo à entrada, alinhadas por cores, estão todas as versões das mantas e almofadas. São dos artigos mais vendidos, em especial a referência Vintage’56, um dos padrões que vêm dos anos 50 e foram reinterpretados através da cor. Aliás, cor é o que não falta por aqui, podendo optar-se por uma paleta de mais de 80 tons, seja nos pufes e bancos, seja nos tapetes, nas cabeceiras de cama ou nos cortinados, painéis de parede e divisores de espaço (os três com propriedades acústicas, que ajudam a absorver o som). A versatilidade do burel, tecido feito a partir de lã de raças autóctones da serra da Estrela, como a ovelha Churra, mostra-se também noutros artigos para o escritório, a sala ou o quarto das crianças, produzidos na fábrica em Manteigas. A Burel Factory tem uma equipa de design, mas existem peças com assinatura de artistas, arquitetos ou designers, como o pufe Raposa assinado por Sara Lamúrias (aforestdesign). R. Serpa Pinto, 17A, Lisboa > T. 96 242 8418 > seg-sáb 10h-20h, dom 11h-20h
4. San Pi + Casa Bohemia

Em Campo de Ourique, no mesmo bairro onde se conheceram há três anos, Inês São Pedro e Katia Coelho abriram em outubro este projeto comum. “É uma colaboração entre duas marcas que se identificam uma com a outra e seguem os mesmos valores, como sustentabilidade, respeito pelo ambiente, saber-fazer e estética”, dizem. Para Inês, que já tem uma loja da San Pi no Monte Estoril, era tempo de chegar ao centro de Lisboa; para Katia, foi uma oportunidade de mostrar o trabalho da Casa Bohemia, feito em São Brás de Alportel, numa loja própria. De um lado, estão os pratos, as canecas, as travessas e as novas tábuas feitas de desperdício de pedra, tudo com design simples e intemporal, da San Pi, que se misturam com as velas feitas à mão com cera 100% natural e perfumes de Grasse, no Sul de França, e os cosméticos sólidos, elaborados com matéria-prima local, da Casa Bohemia. O outro lado da loja funciona como uma pop-up, onde se mostra o trabalho de marcas e artesãos convidados, um complemento ao que de melhor se faz em português. Há ainda um jardim onde têm lugar lançamentos, exposições e outras iniciativas. R. de Campo de Ourique, 18, Lisboa > seg-sex 10h-19h, sáb 10h-13h
5. Raiz

Uma das esculturas em ferro do artesão Laerte, feitas com material reutilizado, foi alvo de muita cobiça e depressa foi comprada. Outras, mais pequenas, continuam a decorar os vários ambientes dos dois pisos desta loja de decoração e mobiliário na Rua do Alecrim, onde tudo respira Brasil. A Raiz nasceu do outro lado do Atlântico, em São Paulo, onde ficam a loja original e a fábrica, conta Helena d’Ávila, uma das sócias deste projeto que reúne peças únicas de design brasileiro sustentável. “Usamos muita madeira certificada, proveniente da reflorestação, e materiais como a palhinha, feita a partir de redes de pesca e de retenção descartadas, que resulta numa teia que resiste até 3 000 quilos por metro quadrado.” A poltrona Valéria ou a cadeira Bahia, da autoria do designer Tadeu Paisan, um dos sócios da Raiz, o aparador Lúcio, de Theo Egami, inspirado nas linhas da cidade de Brasília, ou os sofás em couro da Salva, fazem parte de um catálogo variado para a casa, composto por peças de mobiliário personalizáveis. Tudo isto é complementado por artigos de decoração, como as fotografias de insetos, impressas em grande formato, da autoria do fotógrafo Anderson Nielsen, ou os colares de formas orgânicas, feitos a partir de madeiras, como a de paricá, e de sementes da Amazónia, dos designers baianos Thiago Lima e Tarcis Fernandeli. R. do Alecrim, 28B, Lisboa > T. 93 337 9558 > seg-sáb 10h-19h
PORTO
6. Flórida Studio
Filipa Alves, fotógrafa, ligada à loja Coração Alecrim durante anos, fez de um projeto paralelo, de arranjos florais artísticos, um novo rumo. A Flórida Studio começou como um quiosque, foi uma loja temporária, até ganhar asas e acomodar-se no número 740 da Avenida da Boavista. Na nova morada, Filipa mantém as flores secas, às quais juntou o artesanato português. Entre as peças com etiqueta Flórida, conta-se uma coleção de linhos, mantas, almofadas e candeeiros. “É o meu mundo, onde está tudo o que imaginava ter em casa”, diz. Dividida em dois andares, a loja pede tempo para se ver os vasos de grés e os cestos feitos à mão, as cerâmicas de Anna Westerlund, as peças de madeira de João Graça, os tapetes e as mantas de lã, com diferentes texturas, feitos em Mirandela pela tecedeira Fátima Gomes. Tudo isto surge entre plantas naturais, objetos e roupa vintage, peças às quais Filipa procura dar uma nova vida. Av. da Boavista, 740, Porto > T. 91 208 8932 > seg-sáb 11h-19h
7. Ding Dong

Com loja, projetos de interiores e um serviço personalizado, a Ding Dong é um atelier de design e arquitetura vocacionado para criar ambientes intemporais. Depois de anos a trabalhar no Porto, a empresa instalou-se em Lisboa, e, mais recentemente, em outubro, abriu uma segunda loja, em Matosinhos. Aqui, encontra-se uma espécie de mostruário, que integra áreas diferenciadas da casa, como sala, biblioteca e cozinha, decoradas com propostas de estilos diversos, do moderno ao vintage. Para criarem “divisões de sonho”, os dois sócios e criativos da Ding Dong, Michael Miranda, arquiteto, e Davide Gomes, engenheiro, recorrem a obras de arte, peças de mobiliário e acessórios de marcas estrangeiras, em grande parte exclusivas, como a Fermoie, a Vaughn ou a Galerie MCDE. Tudo perfumado por uma linha de marca própria, a Welcome, inspirada nos aromas da Natureza, composta por uma vela e um spray ambientador para a casa. R. Roberto Ivens, 44, Matosinhos > T. 22 618 3117 > seg-sex 9h30-13h, 14h-18h
8. Mel Living
É nas peças coloridas e nas casinhas de cerâmica que o olhar se fixa, enquanto percorremos a enorme montra da Mel Living, a funcionar desde julho na Rua da Alegria. À entrada, plantas naturais e flores secas dão as boas-vindas, e nas estantes há objetos de decoração e de uso pessoal. “Somos uma loja de inspiração nórdica, associada à sustentabilidade, e com preços acessíveis”, diz Arabela Machado, que gere a Mel Living com Miguel Magalhães. Os 12 anos passados em Londres a dar aulas e o contacto com fornecedores nórdicos inspiraram o casal a avançar, primeiro com um site e, mais recentemente, com a abertura de uma loja física. Aqui encontra-se o que é preciso para viver em pleno o hygge (lê-se “huga”), a fórmula dinamarquesa de bem-estar que passa por tirar prazer das coisas simples, na companhia daqueles de quem se gosta: velas aromáticas de formas invulgares, almofadas, mantas e tapetes de cores sóbrias, cestas em madeira de pinho, têxteis em linho para a cozinha, livros sobre culinária, jardinagem e decoração, e postais originais para escrever a alguém especial. R. da Alegria, 185, Porto > T. 91 100 7690 > seg-sáb 10h-19h
9. Pepino

Alberto Gomes, designer, não esconde o orgulho na Pepino, uma mistura de loja e showroom, na Rua Miguel Bombarda. Com marca própria, há placas de parede em metal com nomes de locais do Porto, como Infante, Carmo ou Batalha, e uma secretária em forma de cavalo, em dois tamanhos, que poderá ser replicada noutra cor ou noutro material. Ao lado estão três armários, idealizados em MDF e todos iguais, que podem ser adaptados às mais diversas utilizações. As propostas passam ainda pelos sacos de fim de semana e pelos tote bags, personalizados e com alças de verga, pele ou percinta. Na Pepino encontram-se também peças de outros artistas, como taças, vasos e jarras do ceramista Miguel Apolinário, esculturas decorativas em gesso de Iva Viana, e peças feitas com pregos de Abraim Veloso. A curadoria é de Alberto Gomes, que quer dar “palco a criativos com um talento enorme, e com obras na fronteira entre a arte e o artesanato”. R. Miguel Bombarda, 519, Porto > T. 92 623 1744 > ter-sex 15h-19h, sáb 10h-13h, 15h-19h