A icónica loja Cartier da 5ª Avenida, em Nova Iorque, acaba de reabrir, depois de dois anos e meio de obras de remodelação. O momento foi celebrado com toda a pompa e circunstância durante uma festa privada inserida na Semana da Moda de Nova Iorque e à qual compareceram estrelas de cinema e outras tantas personalidades. No entanto, o que realmente interessa é que a partir de agora a loja volta estar de portas abertas em todo o seu esplendor e mais uns pozinhos, motivo pelo qual podemos também relembrar uma das histórias lendárias do universo Cartier: a aquisição da Mansão da 5ª Avenida.
Tudo começou em 1912, quando Pierre Cartier, neto do fundador da marca de luxo francesa, começou a procurar um edifício com uma localização à altura das lojas da Rue de La Paix, em Paris, e de New Bond Street, em Londres. Foram precisos cinco anos para encontrar o local ideal, a mansão neo renascentista que ficou disponível, na 5ª Avenida, em Manhattan, propriedade do empresário Morton F. Plant.
A compra acabaria por ser realizada em 1917 com contornos curiosos. É que Pierre Cartier trocou um magnífico colar de pérolas naturais, no valor de um milhão de dólares, e mais cem dólares, pela mansão que viria a acolher uma das mais importantes lojas Cartier no mundo. Para transformar o edifício original (desenhado em 1904 pelo arquiteto Robert W. Gibson) na loja Cartier, foi contratado o arquiteto William Welles Bosworth. Para esta remodelação, que levou dois anos e meio a concluir, foi chamado Thierry Despont, “que quis proporcionar aos visitantes a sensação de estarem a entrar na antiga mansão e ao mesmo tempo recuperar a antiga glória do edifício”.
Quem entrar na renovada Mansão Cartier, no número 653 da 5ª Avenida, encontra uma loja totalmente nova, agora com quatro pisos (só tinha dois) e 44 100 metros quadrados, em vez dos 8 600 iniciais. Distribuídos pelos pisos, há várias salas e salões de decoração imponente e totalmente personalizada, que inclui, por exemplo, 35 estilos diferentes de mobiliário, desenhados por Despont, 30 novos lustres e 110 peças de antiguidade adquiridas especialmente para o projeto.
A loja tem disponíveis todas as coleções Cartier, da alta joalharia à relojoaria, acessórios e perfumes, e um quinto andar, especialmente dedicado à oficina. Uma viagem ao esplendor do século passado. E também ao futuro das novas tecnologias: os clientes têm disponível rede wi-fi, os vendedores dispõem de tablets que permitem realizar todas as transações no equipamento.