Ainda mal atravessámos a porta e o aroma a cacau já se sente no ar. Mais do que uma loja, a Glad – aberta recentemente no Porto, entre o Lordelo do Ouro e a Boavista – é um laboratório, onde todos os dias se testa e se faz chocolate, do grão à tablete (bean-to-bar).
O negócio é das irmãs brasileiras Katrin e Marcella Cavalcanti, 33 e 31 anos, respetivamente, formadas em Gestão e que há uns anos andavam a desenhar este projeto.
O cacau vem diretamente do Equador, Madagáscar, Nicarágua e da República Dominicana, em sacos de sarapilheira. Depois, é no laboratório (que se avista da loja) que tudo acontece: antes de se levar os grãos ao forno, tiram-se as impurezas; de seguida, separam-se os nibs de cacau, que hão de entrar numa máquina a refinar durante três dias… O chocolate, já em forma líquida, é então arrefecido e temperado, num processo que demorará cerca de duas semanas, até poder ser consumido em tablete.
A Glad conta atualmente com oito variedades de chocolate feito de forma artesanal a partir do cacau (a maioria com 70%), ao qual é adicionado apenas manteiga de cacau e açúcar de coco. Além do original, há tabletes com amêndoas do Alentejo, sal marinho do Algarve, framboesas, aveia e café de especialidade (€7,85-€8,25).
À entrada da loja, não estranhe se lhe oferecerem um chá de chocolate, pois claro! As cascas do fruto – “pouca gente sabe que ele nasce numa árvore”, comenta Natália, uma das responsáveis da loja – são partidas em pedaços, que, após uma infusão em água quente, se transformam num chá aromático. Mas Katrin e Marcella não querem ficar por aqui. No laboratório, já se fazem testes com o objetivo de encontrar o chocolate ideal para a confeção de um panetone para este Natal. Criatividade não lhes falta.
No primeiro sábado de cada mês, há um workshop em que se aprende a fazer uma tablete de chocolate.
Glad > R. António Bessa Leite, 1468, loja 14, Porto > ter-sex 10h-17h, sáb 10h-15h > beglad.pt