LISBOA E CASCAIS
1. Numa Café
Foi uma das novidades de verão do Príncipe Real. Tentou chegar de forma tímida, em agosto, à esquina da Rua da Escola Politécnica com a Rua Nova de São Mamede, mas – em parte pela luminosidade da sala, toda forrada com pedra lioz e madeiras claras, em parte pela qualidade da oferta, a puxar para o saudável – tornou-se imediatamente um sítio popular, para trabalhar ao computador, inclusive. Os fornecedores foram escolhidos a dedo: há café da Sargento Martinho, vendido em várias derivações (cappuccino, flat white ou um simples expresso) e com muita qualidade na V60, há chás da Companhia Portugueza do Chá, há pão da The Millstone Sourdough e há uma carta de cozinha natural, desenhada pela chefe Joana Limão. Aqui, fecha-se a porta a gorduras e a produtos processados, tenta-se servir os alimentos com o mínimo de manipulações possível e, claro, respeita-se a sazonalidade. De manhã, servem-se torradas de diferentes pães, bagels e panquecas; ao almoço, há sopas, bowls ditas mais consistentes e até um hambúrguer vegetariano, e ainda uma ementa de sobremesas saudáveis com muito sabor, e de smoothies feitos no momento. M.C.B. R. da Escola Politécnica, 94, Lisboa > T. 21 397 9605 > seg-sex 09h-17h, sáb e dom 10h-17h
2. Fabric by Farès
Dedicada aos sabores do Médio Oriente, a Fabric by Farès tem sugestões para as várias horas do dia. A refeição pode começar com o babka (pão doce) de chocolate e avelãs (€3,90) ou de pesto, azeitonas e queijo feta (€3,90), dois bestsellers desta pastelaria, que funciona como apoio à produção do restaurante Farès, a dois passos. Nas opções com mais substância, destacam-se o atum fumado, com ervas, endro, labneh de alho, rabanete, rúcula, maionese de alcaparras, servido num caseiro pão challah (€12), e o prato vegan, composto por faláfel, húmus, lentilhas verdes, legumes sazonais assados, rúcula, pickles da casa, ervas frescas e molho picante de manga (€14). Sugira-se um dos cocktails: o Cubano Passio (€9), preparado com Havana, puré de maracujá, hortelã, sumo de lima e Prosecco, ou ora um café macchiato (€1,80) ora um cappuccino (€3,30). R. de São Paulo, 190, Lisboa > seg-dom 10h-19h
3. Calmô
Quando, em meados de julho, Danilo Frasson abriu as portas da Calmô, no bairro da Lapa, não adivinhava que esta cafetaria iria transformar-se num dos pontos de encontro preferidos da vizinhança. “Queria que fosse um sítio calmo, onde as pessoas pudessem vir conversar, trabalhar e consumir sem pressas nem pressões”, conta o engenheiro químico Danilo, após dedicar-se ao café de especialidade, que exige tempo, dedicação e muita aprendizagem. Na hora de fazer um expresso (€1,40) ou um cappuccino (€3), por exemplo, Danilo usa o café Bahia, na máquina, “por ser mais doce e achocolatado e ligar bem com o leite”, explica. Já para o filtrado V60 (€3,80), escolhe o grão de várias regiões e produtores, sendo o atual produzido nas montanhas do estado brasileiro Espírito Santo. Nesta cafetaria, o café é o protagonista, porém o bolo caseiro de laranja, azeite e cardamomo (€3,50) ficará igualmente na memória. Mas há outras sugestões a ter em conta, como o pão de queijo (€2), croissants e a tosta-mista em pão massa mãe da Gleba (€4). Para saber mais sobre este tipo de café, a Calmô organiza cursos sensoriais; o próximo está agendado para dia 29 (€45; €35/profissionais). Do ambiente à música, não esquecendo as iguarias, tudo aqui nos faz querer voltar. R. do Meio à Lapa, 51 A, Lisboa > ter-sáb 9h-16h
4. Milkees Cascais
Desde abril que a pastelaria lisboeta Milkees divide o espaço com a padaria Gleba, em Cascais. Nesta morada recente, o pão de fermentação lenta é o protagonista da ementa, em que brilham as sanduíches criativas de João Erthal, como a pulled pork, com maionese de miso, ananás e queijo (€6,90), e a turkey terrine, com peru, cheddar, bacon e alface (€6,90). A estas duas campeãs de vendas, junta-se a vegetariana preparada com pão de trigo alentejano, com queijo mozzarella, cebola caramelizada e jalapeño (€4,90). A acompanhar, recomenda-se o café de especialidade, originário do Brasil ou da Etiópia, moído na hora: french press (€2,90), aeropress (€3,50) e V60 (€3,50). “Tudo o que fazemos, pode ser simples, mas tem de ser muito gostoso”, remata João Erthal. R. José Carvalho Araújo, 236, Cascais > T. 92 771 1446 > brunch: seg-sáb 8h30-18h30, dom 9h-16h30 > R. Filipe Folque, loja 7B, Lisboa > T. 21 191 9596 > seg-sex 9h-17h, sáb-dom 9h-15h
5. Café Monka
Tudo começou com o pão. Há cinco anos, Arthur Resti trocou o Brasil por Portugal e fez do hobby da massa mãe um trabalho a tempo inteiro. Abriu uma pequena padaria na Lapa, a Monka Bakery, e, quando percebeu que os clientes queriam mais do que comprar pão de fermentação natural, croissants e outras especialidades, procurou um novo espaço. No outono, abriu o Café Monka, um espaço com café de especialidade, sempre de pequenos produtores, pães, boa pastelaria e com aquilo a que chama “cozinha viva”, isto é: pão na base, combinado com vegetais, saladas e outros produtos do mundo. Arthur e a mulher, a polaca Ewelina Kaszuba, são duas almas inquietas e, por isso, este café é também uma pequena mercearia, um palco de pop-ups culinários e, de quando em vez, uma sala onde se comem pizzas. M.C.B. R. de Buenos Aires, 28 A, Lisboa > qui-seg 9h-16h
PORTO
6. Kofi Club
O fogão de sala não foi aceso, mas naquela tarde de sol nem era necessário, pois o ambiente estava francamente acolhedor. O Kofi Club abriu em outubro, no Foco, uma zona residencial do Porto, mais sossegada, e foi “muito bem-vindo pela vizinhança”, conta Luís Rola, o gerente. O espaço amplo, decorado com elementos naturais, está dividido em nichos, e os clientes podem escolher entre a mesa comunitária, as mesas normais e os sofás. Existem duas cartas: uma mais associada aos brunches, com bowls, saladas, pokes, ovos, sanduíches, tostas e panquecas; outra, a partir das 19h, com pizzas, saladas e algumas sobremesas. A qualidade dos produtos é prioritária – o pão e os folhados, vendidos na padaria, por exemplo, são fornecidos pela Ogi, padaria do grupo Euskalduna – e a apresentação dos pratos é bem apelativa. Há igualmente um menu diário ao almoço (€10,50 ou €12, com sopa), que varia entre pratos tradicionais e de influência internacional. Para beber, destacam-se as bebidas de leite, preparadas por um barista, e os cocktails clássicos. R. Eugénio de Castro, 97, Porto > T. 93 267 6457 > ter-dom 10h-23h
7. Look Sharp
Após 20 anos a trabalhar na decoração de interiores pelo mundo fora, o sul-africano Darren Sharland quis mudar de vida. Resolveu assentar no Porto, mas percebeu que não era fácil conhecer pessoas na cidade. O Look Sharp nasceu para facilitar a interação social e, não por acaso, muitos dos seus clientes são estrangeiros. Na agenda, divulgada nas redes sociais, estão marcadas noites de jogos de tabuleiro, de bingo ou de trivial, conversas, sneaky drinks (espécie de happy hour) ou concertos acústicos. Este é um café para todas as horas. Aqui, tanto se serve um latte como um pequeno-almoço substancial ou um almoço saudável como pratos mais arrojados para partilhar pela noite adentro. A carta espelha as viagens de Darren. Também funciona como um casual cowork, ou seja: pode-se ocupar uma das mesas para trabalhar, desde que haja um consumo mínimo (apenas nos meses mais turísticos). R. Cimo de Vila, 41, Porto > sex-sáb 8h-24h, dom 8h-22h30, seg 9h-16h, qua-qui 8h-23h
8. Cafetaria-Bar do Batalha
Antes de ser transformada, em 1974, em Sala Bebé, a cave do Batalha funcionou, primeiro, como salão de chá. Com a reabertura, regressa à vocação e à arquitetura originais, fiel na reconstituição das cadeiras e mesas. Entrando pela porta lateral, pode-se observar os frescos de Júlio Pomar em todo o seu esplendor, passa-se a livraria e logo se chega à ampla cafetaria, que à noite se transforma em bar. “Queremos que funcione como ponto de atração, não só de quem está interessado na programação mas também de outros visitantes”, sublinha Salette Ramalho, diretora-executiva do Batalha Centro de Cinema. Ali poderão decorrer performances, conversas e instalações e, na última terça-feira do mês, há um quiz mensal sobre cinema. A carta tem sugestões simples: tostas (€4,50), preguinhos (€7 a €10), hambúrgueres (€8 a €10) e bolos caseiros (€3,50) e, ao almoço, serve um menu executivo (€8), com propostas saudáveis e biológicas. Pç da Batalha, 47, Porto > T. 22 507 3308 > ter e dom 14h-20h, qua-qui 12h-23h, sex-sáb 12h-01h
9. Protest Kitchen
Aberto em dezembro, quer ser “um ponto de encontro e de convívio”, diz Pedro Baumgaerten, barista (ex-Fábrica Coffee Roasters), que aqui se juntou ao cipriota Fanis Stylianou e ao russo Andrey Mikheev, a dupla do ex-The Orthodox, em Bombarda. Quem mete o nariz à porta deixa-se seduzir pelas poltronas vintage, as plantas naturais, a louça colorida, os buns (pequenos bolos com creme, nozes ou caramelo salgado, €3) e o cheirinho a café. A carta é curta mas bem composta, com opções de diferentes latitudes, servidas a qualquer hora. Prove-se o sirniki, uma espécie de panqueca com sour cream (creme azedo) e compota de morango (€9), a hot potato (ovos, cogumelos, batata rosti e salada, €8) ou o roasted carrot, com queijo azul, sementes e agrião (€7). Os expressos (€2,10), incluindo o freddo, de influência grega (€2,60), são preparados com café da Senzu. S.S.O. R. dos Bragas, 58, Porto > T. 91 072 7055 >ter-sáb 10h-17h