A controvérsia acerca do vinho natural anda por aí, mas com passo curto, que parece não levar a lado nenhum. Bem mais interessante é a ação discreta, mas eficaz, de quem faz vinhos originais, como o enólogo Márcio Lopes, que apresenta o Proibido à Capela, o produtor Miguel Montez Champalimaud, que lança a segunda edição do Quinta do Côtto Vinha do Dote, e o enólogo Osvaldo Amado, autor do espumante Raríssimo by Osvaldo Amado.
Natural do Porto, Márcio Lopes colaborou com Anselmo Mendes, de 2005 a 2008, depois fez duas vindimas na Austrália e, no regresso, lançou dois projetos. Com uvas adquiridas a pequeníssimos produtores da região de Monção e Melgaço, criou os vinhos Pequenos Rebentos e surpreendeu. Replicou esse procedimento no Douro, onde foi à procura de vinhas velhas de pequenos agricultores, fez os vinhos Proibido e voltou a convencer.
O Quinta do Côtto Vinha do Dote 2016 é a segunda edição de um vinho que homenageia a ligação centenária da casa Montez Champalimaud ao Douro. Fora do perímetro principal da quinta, a Vinha do Dote andou esquecida até 2015, quando Miguel Montez Champalimaud e Lourenço Charters (dupla responsável pela gestão e pela enologia, respetivamente) decidiram regenerá-la. E deram a esse field blend, com mais de 20 castas, um nome relacionado com a sua história: fez parte do dote que Rosa Carolina Pinto Barreiros levou para o casamento com António Montez Champalimaud, em 1865.
A Osvaldo Amado, um dos enólogos portugueses mais respeitados, faltava fazer vinhos seus, que queria “especiais, únicos, distintos”. Há dois anos, decidiu abandonar as consultorias para se concentrar no Grupo Global Wines, de que é diretor de enologia. Nasceu assim a empresa Total Wines – Vinhos de Portugal, além da marca Raríssimo by Osvaldo Amado. E foi desta forma que chegou o primeiro Raríssimo by Osvaldo Amado, um espumante especial para momentos de puro prazer.
Proibido à Capela DOC Douro 2018
Intervenção mínima, tanto na vinha como na adega, para respeitar o que a vinha dá, tentando que o vinho seja o mais natural possível. A cor é vermelha e alegre, como alegres são o aroma a frutos vermelhos e também o paladar, marcado pela fruta, pela frescura e pelo equilíbrio. Final elegante e longo. Produção limitada a 833 garrafas. €20
Quinta do Côtto Vinha do Dote 2016
Tem cor rubi profunda, aroma concentrado com notas frutadas e de especiarias mais um apontamento vegetal, que lhe confere harmonia, paladar cheio com fruta expressiva, taninos firmes, acidez correta e final longo. €20
Raríssimoby Osvaldo Amado
Um espumante de celebração, elaborado com uvas da casta Arinto. Tem aspeto cristalino, cor palha suave com laivos esverdeados, bolha muito fina, aroma fino e complexo, paladar delicado, com frescura aliciante. €95