1. Miss Pavlova, Porto e Matosinhos
Ana Maio pôs a pavlova no nosso mapa gastronómico quando, há seis anos, deu a provar o doce, primeiro, em mercados de rua e, mais tarde, numa loja na Baixa do Porto. Até então, poucos seriam os que conheciam a sobremesa feita à base de merengue, que terá sido inventada para homenagear a bailarina russa Anna Pavlova, mas cuja origem é reivindicada pela Austrália e pela Nova Zelândia. “A Miss Pavlova tornou-se uma marca”, orgulha-se a designer gráfica de 33 anos, que, entretanto, abriu outra loja no NorteShopping, em Matosinhos, e prepara novidades para 2020. A receita clássica cresceu para sete variedades, com coberturas e merengues distintos, além das sazonais. A Floresta Negra (€35/inteira, €3,50/fatia), feita de brownie de frutos silvestres, chocolate temperado, merengue de chocolate, cobertura de natas e frutos silvestres, é a mais procurada. Daqui a dias, há de estrear-se a Raffaello, de merengue branco, crocante de amêndoa, ganache de chocolate branco e mousse de coco, coberta com coco ralado e pedaços do bombom italiano. Ana não abre mão da qualidade dos ingredientes. E isso nota-se a cada fatia. R. do Almada, 13, Porto > T. 22 112 3618 > seg-dom 11h-19h > NorteShopping, R. Sara Afonso, 105, piso 1, loja 1.127, Matosinhos > T. 22 317 6378 > seg-dom 10h-24h
2.Crush Doughnuts, Lisboa
Caroline Eng não era grande apreciadora de donuts, mas tudo mudou quando, numa viagem aos Estados Unidos da América, experimentou diferentes receitas artesanais. De volta a Lisboa, decidiu pôr mãos à obra e desenvolveu a receita “secreta” da massa brioche, preparada com leite fresco, ovos, manteiga e farinha, fermentada durante 24 horas. Criou também recheios e combinações de sabores – umas originais, outras interpretações de clássicos, como o Boston Cream – e, em setembro de 2018, começou a vender os seus Crush Doughnuts, uma vez por semana, sem dia certo, dentro do Ground Burger, na Avenida António Augusto de Aguiar. Hoje, podem ser ali saboreados de quinta a domingo. À prova, estão 12 combinações, desde as versões simples com cobertura de canela mexicana e açúcar (€2,95), glacê de grãos de baunilha (€3,95) ao elaborado tres leches (€5,95), em que a massa é molhada em doce tres leches e um toque de rum, com uma crosta com chocolate branco, na base, e um merengue caseiro queimado, no topo. Um dos mais vendidos é o Key Lime Pie, com creme de lima, merengue suíço, farofa de Graham Crackers e raspas de limão cristalizadas. Na Crush Doughnuts, produz-se na “dose certa” para evitar desperdícios. Por este motivo, quando acabam, há que esperar pelo dia seguinte para voltar a comer um donut acabadinho de fazer. Av. António Augusto de Aguiar, 148A, Lisboa > T. 21 371 7171 > qui-dom 10h-24h
3. Manteigaria, Lisboa e Porto
Em qualquer uma das quatro lojas (duas em Lisboa e duas no Porto) desta fábrica de pastéis de nata (€1/unidade) – é assim que o Grupo Portugália, dono da marca, chama à Manteigaria –, observam-se todos os passos da produção. Da feitura do recheio, numa grande panela, onde entraram ovos, farinha, açúcar, leite e sumo de limão, à preparação da massa folhada, feita com manteiga pura (um dos segredos), que, depois de amassada e esticada, há de forrar as formas metálicas, com a ajuda dos dedos polegares. Depois, é esperar pela sineta, que avisa a cada nova fornada. “Não abrimos mão desse processo artesanal, mesmo que isso signifique não produzir mais”, sublinha Raul Andrade, diretor-geral da marca. Apesar de as lojas se localizarem em zonas históricas, atraindo, por isso, muitos turistas, os clientes mais exigentes são, no entanto, os portugueses. “Conhecem e sabem reconhecer um bom pastel de nata.” R. dos Clérigos, 37, Porto > > seg-dom 8h-24h > R. Alexandre Braga, 24, Porto > seg-dom 8h-24h > R. do Loreto, 2, Lisboa > seg-dom 8h-24h > Mercado da Ribeira > Av. 24 de Julho, Lisboa > dom-qua 10h-24h, qui-sáb 10h-2h
4. Brigadão, Porto e Vila Nova de Gaia
No Brasil, festa que se preze tem sempre brigadeiros. Daí que, quando, em 2016, Luiza Werfel e a irmã, Marina, pensaram em abrir um negócio no Porto, foi no doce de formato redondo, feito à base de leite condensado, que apostaram. Luiza e Marina pretendiam “um projeto com personalidade”, por isso juntaram, a cada brigadeiro, uma mensagem de agradecimento, “com significado para quem o recebe”. O Brigadão (o nome junta as palavras brigadeiro e obrigadão) nasceu das receitas de uma tia-avó doceira e foi-se multiplicando em novos sabores. Hoje, enrolam-se à mão cerca de 2 200 brigadeiros por semana – de 30 sabores diferentes, que rodam nas lojas do Porto e de Vila Nova de Gaia. Aos tradicionais, de leite-creme, coco, branco, negro, somam-se os sazonais, de chocolate e caramelo, torrão, especiarias, ginja, canela, Raphaello, entre outros. Cada um (€1,20/unidade) com uma mensagem: “A vida real é offline”, “Conta as memórias, não as calorias”, “Desabafa, senão desaba”. Mercado da Foz > R. de Diu, loja 12, Porto > seg 10h-17h, ter-sex 10h-19h, sáb 10h-18h > Mercado Beira Rio > Av. Ramos Pinto, 148, Vila Nova de Gaia > dom-qui 10h-23h, sex-sáb 10h-24h
5. Berlineta, Lisboa
Alessandro Iuliano tinha 19 anos quando foi desafiado, pela mãe de um amigo, a vender bolas de Berlim na praia. O gosto ficou e, anos mais tarde, tornar-se-ia negócio próprio. “Gostei da experiência, diverti-me muito nesse dia”, recorda o proprietário da Berlineta, que começou numa vespa estacionada na Lx Factory, em Alcântara, contando atualmente com uma loja na Estação de Santa Apolónia e um quiosque na Gare do Oriente. No início de dezembro, abre a loja no Centro Comercial da Portela.
Na ementa, há várias opções de massa – tradicional, alfarroba, beterraba, erva-doce e Oreo (a partir de €1) –, às quais são adicionados, por exemplo, o doce de pasteleiro, a Nutella ou o caramelo. Destacam-se ainda as berlinetas vegans, preparadas com massa de trigo, pistácio, spirulina ou limão, entre outras sugestões confecionadas sem ovos ou leite, e que levam diferentes cremes. “Vamos tirando e acrescentando novos sabores”, diz Alessandro. A bola de carvão ativado era para estar à venda durante um mês mas, afinal, resiste às mudanças de estações. Sobre a ligação deste bolo à praia, Alessandro tem uma teoria: “É depois de ir à água que sabe melhor comer uma bola de Berlim, fica-se com a boca salgada e sabe bem o doce.” Mas nem por isso apetece menos na cidade. Estação Ferroviária de Santa Apolónia > Av. Infante D. Henrique, Lisboa > seg-sex 8h-20h, sáb-dom 9h-19h
6. O Moço dos Croissants, Lisboa
A cada nova fornada, ouve-se o sino a tocar, sinal de que os croissants estão prontos. A primeira sai às 9h da manhã e, à medida que os croissants vão desaparecendo dos cestinhos, estes são reforçados por outra fornada, acabada de cozer. N’O Moço dos Croissants, aberto há dois anos no bairro de Campo de Ourique, em Lisboa, a estrela da casa é feita com manteiga extrasseca, que Manuel Perestrelo importa diretamente de França. “Queria trazer para Lisboa um croissant digno desse nome”, diz o chefe de cozinha, que, antes de abrir a loja, visitou diversas boulangeries em França para experimentar dezenas de croissants. Depois de várias tentativas e receitas, conseguiu chegar ao resultado pretendido: um croissant estaladiço, crocante e tipicamente francês. Desde o momento em que são preparados até saírem do forno, são entre 60 a 72 horas, dependendo da fermentação, um processo que os clientes podem ver através do vidro da cozinha. Apesar das várias combinações de sabores, são os recheios de doce de ovos (€2,20) e de chocolate (€2,50) os mais pedidos. Para quem gosta de arriscar, sugere-se o doce de leite (€2,20) e o caramelo salgado (€2,20), nos doces, e o de queijo brie e cogumelos (€2,50), nos salgados. Relembrar as croissanterias que estiveram na moda nos anos 80 e entretanto desapareceram e como vender um bom croissant são as principais missões deste moço, bastante conhecido na vizinhança. R. Coelho da Rocha, 91, Lisboa > T. 21 585 2064 > seg-dom 9h-19h
7. Atelier dos Macarons, Porto
A funcionar desde o verão, na loja da luso-francesa Manuella da Silva, os macarons, feitos à mão pela própria (Manuella formou–se na Escola de Cozinha Alain Ducasse, em Paris), alinham-se consoante as cores e os sabores. O segredo está nos recheios, elaborados com produtos frescos, a unir os dois coques – delicadíssimos, levam farinha de amêndoa, açúcar em pó, clara de ovo certificado e corante –, depois de estes saírem do forno e arrefecerem. Há sempre 18 variedades (€1/cada) e o difícil será mesmo escolher entre os clássicos – caramelo, framboesa, morango, limão, maracujá, vinho do Porto, nutella caseira, café, pistácio, coco, tiramisu e pastel de nata – e os sazonais, como os de abóbora e canela, baunilha e azeitonas, pera e natas, disponíveis até à primavera. A quem quiser fazer um brilharete à mesa aconselha-se a pirâmide com 40 macarons (€43,60). Et voilà! R. dos Caldeireiros, 244, Porto > T. 93 530 0729 > sex-sáb 15h-19h
8. Leitaria da Quinta do Paço
Os éclaires recheados com chantilly caseiro e cobertura de chocolate, surgidos na década de 1950, deram fama à casa nascida como depósito e venda de leite em 1920. Hoje, ao clássico somam-se outras variedades (a partir €1,10), como limão, frutos vermelhos, café, caramelo, maracujá, crocante, além dos sazonais, como o de maçã e caramelo. Lojas no Porto, Matosinhos, Braga, Lisboa, Oeiras e Almada
9. L’ Éclair, Lisboa
Feitos com os melhores ingredientes e a sofisticação parisiense, são para comer à mão e num ápice. Este outono, Matthieu Croiger aposta nos éclairs preferidos dos últimos cinco anos: Paris-Brest, Gold (recheio de baunilha de Madagáscar, coração de caramelo com manteiga salgada, banho de chocolate de leite e amêndoas), Tatin (reinterpretação da tarte de maçãs assadas e caramelizadas), lima e limão, caramelo com manteiga salgada e flor de sal. Para o Natal já estão a ser preparados três troncos especiais e a galette des rois, o bolo-rei francês. Av. Duque d’Ávila, 44, Lisboa > T. 21 136 3877 > ter-sex 9h-20h, sáb-dom, feriados 9h30-19h > Mercado da Ribeira > Av. 24 de Julho, Lisboa > seg-dom 10h-23h
10. 11. 12. LXeeseCake, Brigadeirando, Salamaria, Lisboa
Na Lx Factory, em Alcântara, há três lojas onde apetece sentar, sem hora marcada
“Criar novos sabores é o que mais gosto de fazer, já fiz mais de 200 receitas.” Quem o diz é Ana Fernandes, proprietária da LXeeseCake. Inspirados na receita norte-americana, a principal diferença, explica, “é que estes são confecionados com queijo Philadelphia, em vez de mascarpone, como na receita italiana, e cozidos no forno”. A preparação demora, em média, 48 horas. Só então estão prontos a ser servidos (€3,80/fatia; €25/pequeno, €35/médio, €45/grande). Na ementa da LXeeseCake (com um ponto de venda próprio no Oeiras Parque, entre outros locais) contam-se oito combinações, entre elas, o clássico, o de maracujá e o de doce de leite.
Também na rua principal da Lx Factory fica a Brigadeirando que, como o nome deixa adivinhar, aposta tudo nos brigadeiros. Na ementa, existem 21 receitas, mas na loja, contam-se dez a 14, entre elas, o tradicional, feito com leite condensado e chocolate 54%, e o beijinho de coco (€1,75/unidade). De tamanho mais generoso, o bolo de brigadeiro (€37) é ideal para 12 a 15 pessoas. Como não há duas sem três, conte-se ainda com a Salamaria, a lembrar uma charcutaria doce, onde existem 20 a 25 receitas de salame à prova que podem ser saboreados à fatia (€1,99-€2,49) ou levados inteiros para casa (€19/kg-€24/kg). Ao tradicional salame (preparado com chocolate da marca belga Callebaut, bolacha e ovos), juntam–se as combinações com Oreo, Nutella ou nougat, pensadas para os mais gulosos, e o de coco e lima, ideal para quem prefere sabores mais frescos. Lx Factory > R. Rodrigues Faria, 103, Lisboa > Salamaria > T. 93 231 4341 > seg-dom 10h-20h > LXeeseCake > T. 93 860 0277 > seg 11h-19h, ter-dom 11h-20h > Brigadeirando > T. 96 348 1132 > seg-dom 11h-19h