Aos 18 anos, o brasileiro Eder Haruno Santos fez a mochila e partiu para o Japão. Por lá ficou cerca de 15 anos, primeiro a viajar e mais tarde a aprender a cozinha nipónica. Neste país, onde também se casou e teve filhos, cada refeição que fazia “era uma escola e uma aprendizagem”, recorda o chefe nascido em São Paulo, responsável pela novíssima Izakaya Tokkuri, tasca japonesa escondida entre os bares e os restaurantes do Bairro Alto. A lanterna vermelha (akachochin) pendurada na porta denuncia a morada, mas no interior são as madeiras e a pequena loja de vinhos que saltam à vista.
Assim que nos sentamos ao balcão, corrido, de madeira – há ainda três salas privadas com almofadas e mesas baixas, como manda a tradição japonesa –, somos recebidos com um dos sakés da carta, feito de arroz e sem adição de álcool. Nesta altura, os petiscos começam a sair da cozinha e, já com os pauzinhos na mão, o banquete tem início com as gyosas de camarão com molho de ameixa (€7,50) e o choco panado acompanhado por um molho de leite e alho (€7) e por outro saké, desta vez orgânico, mais encorpado mas leve no paladar (prova de sakés, €15). “No Japão, as tascas distinguem-se pelos molhos, cada uma tem o seu”, explica Eder, acrescentando que na Izakaya Tokkuri também faz os seus. Segue–se o caldo de legumes com tofu (€1,50), que é parecido com um miso: “A sopa é obrigatória numa mesa japonesa. Seja ao pequeno-almoço seja ao jantar, a refeição é sempre acompanhada por um caldo quente.” A degustação continua com a salada fresca de pepino (sunomomo, €5,50), os rolinhos de carne de porco com rebentos de soja e molho de gengibre (€10,50): “Este caiu na boca dos lisboetas, é um dos preferidos”, conta Eder. Mas há mais: kimpira (legumes salteados, €5,50) e espetadas de frango (yakitori, €1,50), só para despertar o apetite.
Izakaya Tokkuri > Tv. dos Fiéis de Deus, 28, Lisboa > T. 21 346 1500 > ter-dom 17h-2h