A sala principal do Malho é ampla e confortável, com decoração sóbria, mesas grandes, atoalhados de pano
Divulgaca0o
Voltamos ao Malho, restaurante de cozinha regional que fica para os lados do Parque Natural das Serras de Aire e Candeeiros, no concelho de Alcanena, a dois passos dos Olhos de Água – bonito nome que o povo deu à nascente do rio Alviela – e alegramo-nos com a autenticidade dos seus sabores, agora mais intensos com a reintrodução dos pratos de inverno: feijoada, mão de vaca, cachola e outros, todos com bons produtos, maioritariamente locais, e confeção cuidada. A sala principal, única que está aberta todos os dias (tem mais duas), é ampla e confortável, com decoração sóbria, mesas grandes, atoalhados de pano. O ambiente é familiar.
Ementa extensa e apelativa com grande variedade de entradas que, além dos habituais salgadinhos – rissóis, pataniscas e croquetes de peixe -, surpreendem com o chispe de coentrada, o torricado (pão passado na brasa com azeite, alho e sal grosso), o fígado de porco de vinagreta e outros petiscos. Nos pratos principais assinala-se, por um lado, a introdução de novas iguarias, como os filetes de sardinha com açorda de espargos e a açorda de míscaros com presunto, ambos com interessantes combinações de texturas e de sabores, e, por outro, o regresso das comidas de inverno (apesar do frio andar arredado), como a feijoada, com chispe, enchidos, carne magra e couve lombarda; a mão de vaca, que também leva pá de vitela e enchidos; e a cachola, feita com fígado, bofe, sangue e carne magra do porco, todos com sabor intenso e duradouro.
Também o bacalhau à Gomes de Sá, feito como deve ser, tem esse efeito restaurador. E não se podem esquecer pratos emblemáticos da casa, como a açorda de cherne, saborosa e delicada; a garoupa no tacho, refogado suave; a sopa de garoupa, simples e perfumada; a chaputa, o carapau e outros peixes miúdos fritos com arroz de tomate ou de grelos; a sopa de enfartar rapazes (caldo de feijão com carnes e ovo escalfado), o folhado de perdiz, os medalhões de lombinho com camarão, o pato escondido e outras comidas tão simples como deliciosas.
Boa doçaria com um pão-de-ló especial, que leva abóbora, um arroz-doce regional sem ovos e uma sopa de papaia muito fresca. Garrafeira equilibrada. Serviço eficiente e simpático.
O Malho > R. Padre Reis, Malhou, Alcanena > T. 249 882 781 > seg-dom 12h-15h, 19h30-22h30 > €25 (preço médio)
