Na vizinhança do Castelo, ponto central de Leça da Palmeira, onde se aglomeram os restaurantes, mas em lugar recatado, a casa da Margarida passaria despercebida se não fossem o toldo, que ostenta o seu nome, e a comida, que lhe dá fama. Não é das mais antigas, pois conta só 17 anos, mas a cozinheira já tinha nome feito na profissão quando abriu o seu restaurante. Tem uma sala com decoração rústica que deixa sobressair os materiais da construção, pedra e madeira, e ambiente familiar, pautado pela simpatia contagiante da dona da casa que, acima de tudo, é uma cozinheira de mão cheia.
Tudo o que se come é feito pelas mãos de Margarida, das entradas aos pratos principais e às sobremesas. Nas entradas há petingas fritas, bolinhos de bacalhau, alheira, morcela, presunto serrano e outros petiscos tradicionais apetecíveis, a que se podem juntar outros que a praça e/ou a imaginação da cozinheira sugerem, como o folhado de sapateira ou de lavagante, por exemplo.
Nos pratos principais impõe-se a açorda à Margarida, que é feita de maneira diferente, a começar pelo caldo de galinha em que o pão é demolhado, a que se juntam gambas ou, noutras versões, peixe ou bacalhau, um golpe de azeite, um saber fazer que é só da cozinheira e resulta num prato bonito com a açorda servida no pão com aromas e sabores muito delicados. Também pode ser pedida como acompanhamento dos peixes grelhados, que são outros dos pratos emblemáticos da casa, em especial o robalo, o rodovalho, o linguado e a garoupa, sempre presentes.
Na galeria das especialidades encontramos ainda a lampreia, tanto em arroz como à bordalesa, e o sável, que pode ser frito com açorda de ovas ou de escabeche com batatas cozidas. Já estão na lista (este ano, o sável veio mais cedo) e são excelentes. Os linguadinhos fritos e os filetes de pescada, ambos com açorda, são outras iguarias a ter em conta. Os pratos de carne ficam em segundo plano, embora os bifes e, nos fins-de-semana, as tripas e a vitela assada também sejam bons.
Doçaria da casa muito gulosa, nomeadamente a musse de chocolate, o leite-creme queimado na hora, e o pudim Abade de Priscos. Garrafeira quase limitada ao vinho da casa, um Reserva Douro que pode ser servido a copo.
A Margarida > R. do Castelo, 59, Leça da Palmeira > T. 229 961 402 > seg-dom 12h-15h, 19h30-24h > €20