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A alimentar o fogo do Achas na Fogueira está uma lenha escolhida a dedo. Normalmente, é uma mistura de seis tipos (oliveira, carvalho, pinheiro, cepas de uva, cerejeira e pereira), que dão um sabor fumado muito especial aos pratos
Lucília Monteiro
Podemos dar a volta ao mundo e conhecer os locais mais refinados, mas há sabores da infância que ficam para sempre. Os de Ricardo Lourenço estão ligados ao tempo em que vivia com a avó, mulher humilde que adorava reunir família e amigos à volta da mesa e que fazia toda a comida à lareira. O neto andava sempre à roda da sua saia e o cheirinho a lenha acabou por se entranhar na memória. Aos seis anos, Ricardo emigrou para França para se juntar aos pais e ali prosseguiu os estudos e a carreira, nomeadamente em restaurantes distinguidos com Estrelas Michelin. “Tive a sorte de trabalhar com grandes chefes de cozinha, que me ensinaram muito”, conta. Sempre teve vontade de regressar a Portugal e conseguiu fazê-lo em 2016, aos 39 anos. Por mero acaso, encontrou o argelino Younes Aouidat e o francês Pierre-Henri Tamet (dois “amigos de mesa”, como descreve, ambos apaixonados pela gastronomia e há vários anos a viver no Porto), que já planeavam abrir um restaurante no centro do Porto, o Achas na Fogueira, cuja ideia anda à volta dos cozinhados a lenha. Ricardo Lourenço rapidamente se envolveu no projeto.
“Não faço comida portuguesa nem francesa, são propostas que têm a ver com o meu percurso e com a criatividade que vai surgindo”, explica. Cerca de 90% dos pratos são cozinhados numa mistura de brasas de seis tipos de lenha que lhe dão um sabor fumado muito especial. A ementa é pequena e muda diariamente, conforme os produtos sazonais e locais que chegam às mãos de Ricardo, desde a vazia arouquesa ao peixe vindo da lota de Matosinhos e da Afurada, trabalhados com muita técnica e requinte. Os acompanhamentos são variados (há polenta, gnocchi caseiro, tians de legumes, puré nas achas e muito mais) e são escolhidos à parte pelo cliente. Na carta há ainda as “achas por reserva”, com três sugestões: o arroz de lingueirão, a picanha brasileira e o couscous royal. Os menus de almoço variam entre os €13 e os €15 e incluem duas entradas, prato e sobremesa. O restaurante, decorado pelo arquiteto Nuno Cabanelas, tem uma imensa janela que se abre para a Rua José Falcão, puxando quem passa para esta brasa.
Achas na Fogueira > R. José Falcão, 183, Porto > T. 22 096 6185 > ter-qui 12h30-15h, 19h30-23h, qui-sáb 12h30-15h, 19h30-24h > menu almoço €13 a €15 (com copo de vinho)