A inglesa Lisa Vella-Gatt vive em Benfeita, Arganil. Há sete anos trocou Londres e a área de teatro e cinema pela pequena aldeia branca do concelho de Arganil “por causa dos filhos”. Tem três: de dois, seis e nove anos. Com ela trouxe uma cáfila de 16 alpacas, o maior do nosso País. As primeiras 12 vieram de Inglaterra e as restantes já nasceram por cá (a última, Romeu, tem pouco mais de um mês).
Através do Monte Frio Alpacas – o projeto nasceu na aldeia de Monte Frio, mas acaba de se mudar para Dreia -, Lisa produz lã de alpaca “amiga do ambiente”, sem lanolina e disponível em 22 cores. A tosquia só pode ser feita na primavera e no verão “porque os animais precisam de pelo para se aquecerem no inverno”, explica-nos enquanto alimenta os animais com alfarroba, sementes e milho, uma mistura que ela própria faz. É por entre um terreno de mato com nogueiras, castanheiros e medronhos que as alpacas podem ser visitadas pelo público e, até, levadas a passear. “São muito meigas e andam todos juntas. Só não pode tocar-se na cabeça nem na cauda”, avisa. Os animais parecem dar-se bem por aqui. “O clima é semelhante ao da América do Sul”, de onde os mamíferos são originários. Lisa conhece-os de cor e salteado. “Bruno é o dono, aquela é a Jasmin, ali está o Óscar, o primeiro a nascer em Portugal”, aponta. Lisa vive das visitas e do aproveitamento da lã em fibra natural das alpacas. Sónia e Pedro vieram de propósito de Viseu para mostrar as alpacas à filha, Catarina, 4 anos. “Parece uma ovelha”, exclama a menina, olhando para Thor, “o segundo macho do rebanho”. De sorriso nos lábios e pele queimada pelo sol, Lisa ainda está a aprender português, mas não se cansa de repetir: “Portugal é fixe, é fantástico!”
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