No número 269 da Rua de São Bento, em Lisboa, ainda cheira a tinta fresca. Mas é difícil não fazer a ligação entre os dois espaços de Mário Roque: o que acaba de abrir partilha o nome com o antigo (São Roque Antiguidades e Galeria de Arte), ganhando um novo “apelido”, “Too”. “Too” de “também”. São Roque Too, eis como se chama a nova galeria do colecionador.
Mal se entra, fica-se surpreendido com as generosas dimensões da sala inicial, onde se destacam o teto abobadado e a luz natural que ali entra.
Ultrapassada esta “distração”, a atenção vira-se para as obras de arte, distribuídas pelos dois pisos. Mário Roque, 55 anos, médico radiologista, assume-se como um “comprador compulsivo “. A paixão, deve-a à sua mãe, hoje com 81 anos, colecionadora de arte há mais de duas décadas.
Uma paixão que é “também” um vício, um vício que deixou Mário Roque a “abarrotar ” de objetos (adquiridos, sobretudo, no mercado nacional).
A primeira loja e galeria foi inaugurada há quatro anos e, agora, explica, precisava de se expandir e ganhar mais metros quadrados. No primeiro piso, estão expostos quadros de Graça Morais, Cargaleiro, José Feliciano, Cesariny, entre outros, sendo que o espaço se encontra “também” preparado para receber exposições temporárias temáticas, debates e workshops.
“Quero que a minha loja seja uma festa para o visitante”, diz. Para lhe provocar essa sensação, oferece-lhe “uma mistura entre arte de fusão, tribal, contemporânea e antiguidades”. No piso de baixo, o espaço está ocupado por obras de Paula Rego, Vieira da Silva, Júlio Pomar, José de Guimarães, Modigliani, Almada Negreiros, Julião Sarmento, Ângelo de Sousa, Joana Vasconcelos…
E “também” pela bonita cómoda dos aposentos da rainha D. Maria, no Palácio da Pena, em Sintra. E “também” por um móvel originário da sacristia do Convento de Santo Agostinho, em Goa. Os “tambéns” só se ficam por aqui por absoluta falta de espaço.
SÃO ROQUE TOO R. de São Bento, 269, Lisboa T. 21 397 0197 Seg-sáb 10h-19h