O dióspiro dá até nome a uma coletânea de poesia, de Daniel Maia Pinto-Rodrigues (o da nêspera é de Mário Henrique Leiria). “Depois do almoço/ Quando arrastamos a cadeira um pouco para trás/ Uma sonolência morna entrelaçada de luz entra pelas janelas/ Ludibria as cortinas e difusa poisa no vinho. É nessa altura que dizemos: vou comer este dióspiro antes que apodreça.”
Talvez as palavras amoleçam o coração (no caso, a boca) dos que se recusam a prová-lo por aquela polpa mole, com textura rara ou pelo rasto áspero que o fruto deixa quando consumido na altura errada.
Prove-se o dióspiro (leva mesmo acento…) bem maduro, mesmo que a casca apresente manchas escuras e esteja rasgada pelo tempo, e aprecie-se toda aquela doçura de comer às colheradas.
Até dezembro, é tempo deles e os nutricionistas apontam-lhes muitas vantagens: rico em vitaminas A e C, minerais (ferro, zinco, magnésio…), fibra, tem também propriedades anticancerígenas, graças à presença de fitoquímicos com elevada capacidade antioxidante.
Pegue lá numa colher…