LEIA TAMBÉM:
1. Imunoterapia com inibidores de checkpoints imunológicos
Fármacos com anticorpos monoclonais (Pembrolizumab, Nivolumab, Ipilimumab) atuam como os anticorpos produzidos no corpo, bloqueando certas proteínas e permitindo às células T atacar as células cancerígenas. Eficazes no tratamento de cancros agressivos e em estado avançado, como melanomas, linfoma de Hodgkin, cancro do pulmão e, ainda, no caso do cancro da mama triplo-negativo (antes da cirurgia).
2. Terapia com células CAR-T (Chimeric Antigen Receptor T-cell)
Terapia personalizada em que as células T do paciente são geneticamente modificadas em laboratório e reintroduzidas no organismo. Eficaz no tratamento de leucemias e linfomas agressivos. Atualmente, este tratamento está a ser estudado em tumores sólidos, como no cancro do pâncreas e os glioblastomas (com origem nas células da glia, desenvolvem-se de forma invasiva na medula espinhal ou no cérebro e atingem o sistema nervoso central).
3. Terapias-alvo
Fármacos personalizados e menos tóxicos atuam diretamente nas mutações ou proteínas responsáveis pelo crescimento do tumor. No caso das mutações, estas moléculas são muito eficazes no combate à leucemia mieloide crónica (Imatinib) e ao cancro do pulmão de células não pequenas (Osimertinib). Na frente das proteínas, estes medicamentos (Trastuzumab) aplicam-se no cancro mamário HER-2 positivo, muito agressivo.
4. Inibidores de PARP (Poli-ADP Ribose Polimerase)
Bloqueiam as enzimas envolvidas na reparação do ADN, que leva à morte das células tumorais, sobretudo nos tumores com mutações BRCA. Estes fármacos (Olaparib, Niraparib) também permitem reduzir significativamente o risco de progressão do cancro do ovário e da mama em pacientes com mutações BRCA. Atualmente, o seu uso está a ser estudado em tumores do pâncreas e da próstata, tendo em vista futuras aplicações.
5. Anticorpos monoclonais conjugados com fármacos (ADC)
Aliados a drogas citotóxicas, funcionam como cavalos de Troia para atacar células tumorais com precisão, preservando os tecidos saudáveis. É o caso do fármaco T-DM1 (Trastuzumab emtansina), dirigido ao cancro da mama avançado HER2-positivo, em que o anticorpo que inibe a proteína associada à proliferação das células malignas transporta a quimioterapia ao destino, prolongando a sobrevida das pessoas com este tipo de doença oncológica.
6. Terapias epigenéticas
Consistem na edição dos mecanismos biológicos que ligam e desligam os genes de células cancerígenas (os fármacos cujos princípios ativos são a Azacitidina e a Decitabina têm esse fim) e permitem aumentar a sobrevida de pacientes com tumores sólidos e do sangue. Estuda-se agora qual a eficácia da sua combinação com imunoterapia. Usadas no tratamento de leucemias agressivas, no Hospital de São João e no IPO do Porto.
7. Terapia fotodinâmica
Tratamento que associa um agente fotossensibilizador (FS) e uma fonte de luz específica, gerando espécies de oxigénio reativas que atuam nos componentes das células tumorais e as matam, com menos efeitos tóxicos. Trata-se de uma ferramenta clínica usada com sucesso em cancros superficiais (da pele e do esófago). No campo da investigação, estuda-se agora o seu uso com imunoterapia em tumores profundos, como do pâncreas.