Os afrontamentos, sensação de calor extremo, em especial no pescoço e no rosto, são sintomas típicos da menopausa e afetam cerca de três quartos das mulheres, podendo durar vários anos.
Agora, um grupo de investigadores da Universidade de Atenas, Grécia, descobriu que os afrontamentos, quando são recorrentes e intensos, podem aumentar o risco de desenvolvimento de doenças cardiovasculares e diabetes nas mulheres.
A equipa de investigadores, que examinou mais de 800 mulheres saudáveis entre os 40 e os 65 anos, que tinham passado, recentemente, pela menopausa, concluiu que este risco aumentado se deve ao facto de os afrontamentos, quando não são tratados, contribuírem para o aparecimento do que é chamado de síndrome metabólica.
É esta condição, que se carateriza por haver, no mesmo doente, excesso de gordura abdominal, hipertensão arterial, resistência aos efeitos da insulina e por níveis anormais de colesterol e outras gorduras no sangue, que faz com que a probabilidade de se desenvolverem problemas como diabetes ou doenças cardiovasculares aumente.
Os investigadores acompanharam as voluntárias ao longo de 15 anos, percebendo que aquelas que tiveram vários episódios de afrontamentos moderados a graves eram mais propensas a desenvolver síndrome metabólica, bem como pressão alta.
De acordo com a equipa, os resultados deste estudo são importantes na medida em que devem servir para se apostar na terapia de reposição hormonal em mulheres na menopausa, um tratamento que serve para aliviar os sintomas típicos da menopausa, incluindo precisamente os afrontamentos.
Durante a menopausa, a atividade dos ovários é reduzida, uma vez que deixam de libertar óvulos mensalmente. Da mesma forma, os estrogénios começam a ser produzidos em menor quantidade.
Esta grande e rápida mudança pode criar sintomas intensos e, por isso, os especialistas defendem que a terapia de reposição hormonal é essencial para que as mulheres não sintam de forma tão pesada as consequências negativas da menopausa, tendo mais qualidade de vida.
Os investigadores do novo estudo, apresentado no 25º Congresso Europeu de Endocrinologia, que decorreu em Istambul, Turquia, afirmam que, caso novas investigações confirmem que as mulheres com mais sintomas de menopausa têm um risco maior de desenvolver doenças cardíacas, diabetes tipo 2 ou AVC, por exemplo, será essencial “educação em saúde apropriada para garantir que permaneçam em forma e saudáveis na sua velhice”.
Os especialistas explicam que cada mulher deve ser analisada de forma individualizada, e a decisão sobre as hormonas a serem utilizadas no tratamento, a forma de administração e o tempo tem de ser sempre tomada pelo médico.