O medicamento testado inativa uma enzima, a sAC, de forma a reduzir o movimento e impedir a deslocação dos espermatozoides.
Entusiasmados com os resultados do estudo, publicado na Nature, os autores, Jochen Buck e Lonny Levin, do Weill Cornell Medicine, em Nova Iorque, consideram ter ficado demonstrado que é mesmo possível uma pílula contracetiva para homens, e que isso será “revolucionário”.
Diferente da pílula feminina, o contracetivo oral masculino teria o seu efeito inibidor a funcionar entre 30 minutos a uma hora. “Todos os outros contracetivos masculinos hormonais ou não hormonais demoram semanas até diminuir a contagem de espermatozoides ou torná-los incapazes de fertilizar os óvulos”, explica Melanie Balbach, que também participou na investigação.
Além do efeito rápido, esta pílula teria ainda outra característica particular: como o efeito também desaparece em pouco tempo (algumas horas), poderia ser tomada tantas vezes quantas as necessárias. Imagine-se: “Hoje vou tomar, amanhã logo se vê se é preciso.”
Nos ratos em que foi testado o inibidor da enzima, e que tiveram um comportamento sexual normal ao longo do estudo, a eficácia contracetiva manteve-se a 100% durante as primeiras duas horas, caindo para 91% na terceira. Ao fim de 24 horas, os níveis de fertilidade voltaram.
A administração contínua ao longo de seis semanas não mostrou qualquer efeito negativo para a saúde dos roedores.
Na maior parte das experiências, o medicamento foi administrado via injeção, mas quando foi usada a via oral manteve-se a redução para os níveis de fertilidade.