Amêijoas, camarões, lagostas, ostras e peixes estão entre os pratos e petiscos mais apreciados no verão. À VISÃO Saúde, a nutricionista Raquel Oliveira, do Hospital Lusíadas Braga, explica tudo sobre estes alimentos. Veja as respostas.
Quais os benefícios de consumir peixe?
O peixe é uma excelente fonte de proteínas de alto valor biológico (isto é, contém todos os aminoácidos essenciais), sendo também um alimento de fácil digestão, uma vez que, pelos processos de confeção, a sua estrutura é mais rapidamente alterada quando comparada com a da carne.
Quanto à gordura, o peixe contém quantidades significativas de ácidos gordos polinsaturados, mais concretamente os famosos ácidos gordos essenciais n-3 EPA e DHA, que apresentam diversos benefícios para a saúde. Relativamente ao colesterol, a sua quantidade no peixe é diminuta.
O facto de ter menos gordura, quando comparado com a carne, também facilita a digestão, pois torna o esvaziamento gástrico mais rápido, o que, por sua vez, leva à diminuição da saciedade – é por esta razão que, por vezes, achamos que, quando comemos peixe, nunca ficamos tão “cheios”.
Quais os peixes mais saudáveis?
Deve-se consumir peixe, pelo menos, duas vezes por semana, segundo os especialistas
As recomendações de ingestão são de, pelo menos, duas vezes por semana, dando preferência aos peixes gordos. De forma a prevenir riscos associados a poluentes ambientais (ex.: metais pesados como o mercúrio) que podem encontrar-se no peixe, é importante que o seu consumo seja variado, sugerindo-se a escolha de peixes de menores dimensões (pois os maiores, como o atum e o peixe-espada, são predadores e, por isso, alimentam-se de outros peixes que, por sua vez, já contêm estes compostos).
Qual a diferença entre os peixes azuis e brancos?
Os peixes brancos vivem em águas mais profundas, têm um baixo teor de calorias e gordura, são peixes de uma cor mais clara (prateada), como a pescada, o bacalhau, o tamboril, a dourada e o robalo.
Os peixes azuis vivem em águas menos profundas, são ricos em ácidos gordos essenciais como o ómega-3. Exemplos são a sardinha, o carapau, o atum, a cavala e o salmão.
O marisco faz bem à saúde?
O marisco é uma fonte rica em ómega-3, uma gordura saudável, essencial para a manutenção da boa saúde do coração, além de conter uma elevada quantidade de proteínas, cálcio, zinco, selénio, e vitaminas B12, D e E.
O que diferencia os moluscos bivalves?
Os bivalves têm grande importância na dieta humana por serem fonte de nutrientes essenciais e por fornecerem proteínas de elevada qualidade biológica. Contudo, os benefícios do seu consumo são contrabalançados com o perigo de exposição do consumidor a substâncias poluentes que se podem acumular nas partes edíveis, o que constitui um fator de risco para a saúde humana.
Qual a importância dos crustáceos?
São ricos em proteína e em fonte de sais minerais importantes para o organismo: potássio, magnésio, fósforo e zinco, que ajudam a manter a saúde da estrutura óssea, dos músculos, do sistema imunológico, nervoso e também auxiliam no controlo da glicemia.
Quais os cuidados que se deve ter com estes produtos?
Relativamente à segurança dos alimentos, é importante considerar alguns cuidados na escolha, compra e conservação do marisco. Devemos optar por bivalves com conchas bem fechadas, com cheiro fresco e agradável a maresia e carne brilhante. No caso dos crustáceos, o aspeto brilhante e luzidio, olhos negros salientes e cheiro agradável a maresia são fatores a ter em conta no momento da escolha e compra destes alimentos.
Quais os riscos para a saúde?
O consumo de marisco deteriorado pode levar a intoxicações alimentares com consequência graves, sobretudo em determinados grupos de risco, como grávidas, crianças, idosos e indivíduos imunodeprimidos. Por isso, é importante ter cuidado com o consumo desta categoria de alimentos.
Vantagens do consumo de peixe:
► Prevenção de doenças cardiovasculares
► Prevenção de hipertensão
► Efeito anti-inflamatório
► Diminuição do risco de cancro colorretal
► Proteção contra doenças neurodegenerativas (ex.: Alzheimer)
► Efeitos positivos no desenvolvimento neurocognitivo e na acuidade visual (nomeadamente durante a gravidez e na fase de aleitamento)