Perante o crescimento exponencial de infeções de Covid-19 que refletem na maioria formas mais leves da doença, os especialistas que aconselham o Governo levaram ao Infarmed uma proposta para “reduzir as medidas restritivas”, apostando na autogestão de risco. Contudo, criaram um cenário com linhas vermelhas, medido essencialmente pela lotação dos cuidados intensivos e pela transmissibilidade, que uma vez alcançado traria de novo medidas sanitária apertadas.
Os peritos sugerem que se mantenha o reforço da vacinação; o controlo das fronteiras, a promoção da qualidade do ar em espaços interiores, o respeito pela distância, a máscara, a testagem (que deve ser gratuita), a higienizarão das superfícies e das mãos, os testes regulares para os funcionários e visitas em lares, a proibição do consumo de álcool na via pública. E acrescentam um novo parâmetro: a autogestão de risco.
A autogestão de risco parte do princípio que, com o aumento de casos, as equipas de saúde pública e de cuidados primários não terão capacidade para fazer o acompanhamento de todos os infetados, podendo deixar para trás os mais graves. Assim, os especialistas – na reunião representados pela pneumologista Raquel Duarte, da Administração Regional de Saúde (ARS) do Norte e do Instituto de Saúde Pública da Universidade do Porto – defendem que a população deve ser instruída para monitorizar os seus sintomas, através do preenchimento do inquérito de vigilância, e até da criação de um via rápida digital para certificar testes rápido positivos. Esta situação deixaria os médicos e enfermeiros com tempo para os casos que geram mais preocupação.
Isto para um cenário em que o nível de internamentos se mantém estável. Caso a fasquia das 70% das camas de cuidados intensivos seja atingida (neste momento, situa-se pouco acima das 50%) e o RT (índice de transmissibilidade) seja superior a 1, então o teletrabalho obrigatório, em todas as situações que são possíveis, deve regressar, tal como a limitação de pessoas por mesa em restaurantes, por bancos em transportes públicos (reduzir para 75%), e em eventos de família.