O gene IFI27 é ativado na fase preliminar da infeção pelo SARS-CoV-2, ainda antes de se manifestarem quaisquer sintomas, o que poderá ajudar a antecipar quem foi contaminado e deverá ficar em isolamento, evitando contagiar outras pessoas.
Esta conclusão resulta da análise de amostras de sangue e da realização de testes de diagnóstico PCR, ao longo de seis meses, a cerca de uma centena de profissionais de saúde do Hospital de São Bartolomeu, em Londres, no Reino Unido.
Os 41 participantes do estudo diagnosticados com covid-19 tinham o gene IFI27 ativado quando realizaram o seu primeiro teste PCR, incluindo aqueles que estavam assintomáticos, revela a investigação publicada na revista The Lancet.
Em alguns acasos, a deteção do IFI27 permitiu prever a infeção uma semana antes da confirmação do diagnóstico
Em alguns acasos, a deteção do IFI27 conseguiu prever a infeção uma semana antes da confirmação do diagnóstico, sublinhou um dos autores do estudo, o investigador Joshua Rosenheim, da Universidade College London, à agência noticiosa Reuters.
No total, a presença do gene IFI27 permitiu identificar 84% dos infetados e excluir corretamente 95% dos não infetados, indicativo de que esta análise poderá ser eficaz no diagnóstico de pessoas com infeções ligeiras e, também, a descartar os não infetados.
Contudo, este biomarcador sanguíneo também é sinónimo de outras infeções virais. Por isso, o teste PCR foi fundamental para confirmar a presença do SARS-CoV-2.
Porém, se se confirmar que o IFI27 é eficaz a identificar a doença, este gene poderá tornar-se no alvo preferencial dos rastreadores dos contactos de um caso positivo. Mesmo sem sintomas ou antes de um teste positivo, a sua presença poderá bastar para um diagnóstico precoce que implique isolamento, com um grau de certeza mais elevado do que atualmente.
Os autores do estudo alertam para algumas das limitações da investigação, como apenas ter analisado pessoas assintomáticas ou com doença ligeira. Será necessário alargar o universo aos doentes moderados ou graves.