As diretrizes para quem já foi vacinado nos Estados Unidos acabam de ser conhecidas e antecipam um regresso a alguma normalidade para quem está neste grupo. Segundo comunicaram os responsáveis do Centro de Prevenção e Controlo de Doenças, os milhões de americanos que estão totalmente imunizados contra a Covid-19 vão poder usufruir de algumas liberdades – como reunir-se em pequenos grupos, dentro de casa e sem máscaras ou qualquer distanciamento social – antecipando assim um bocadinho como poderá ser o futuro da nossa vida pós-pandemia.
Emitidas quase um ano depois de o novo coronavírus ter começado a dar sinais nos Estados Unidos e de ter aconselhado os americanos a evitar grandes grupos para impedir a propagação da doença, as orientações agora conhecidas vão permitir, por exemplo, o encontro entre avós que estejam totalmente vacinados e que queiram visitar os seus filhos e netos, mesmo que estes não estejam vacinados. E podem ainda planear jantares sem máscaras com amigos que também tenham levado as duas doses da vacina.
“São recomendações sensatas e baseadas na ciência. Podem voltar a abraçar os netos e também retomar rotinas simples, como cortar o cabelo ou ir ao dentista”, considerou o antigo diretor do CDC, Tom Frieden, citado pela CNN.
Baixar totalmente a guarda? Ainda não…
Ainda assim, nem tudo são boas notícias e mantêm-se algumas restrições. “Os benefícios de reduzir o isolamento social e relaxar algumas medidas, como os requisitos de quarentena, podem ultrapassar o risco residual de pessoas totalmente vacinadas adoecerem com Covid-19 ou transmitirem o SARS-CoV-2 a outras pessoas”, pode ler-se nas diretrizes do CDC.
Por exemplo, apesar de se considerar que o risco de infeção em atividades sociais é menor, mesmo quem está vacinado deve manter precauções nas idas ao ginásio ou ao restaurante pois o risco de transmissão nestes locais é maior. Além disso, as viagens continuam desaconselhadas – e isto porque se receia que as novas variantes do vírus, mais contagiosas, provoquem uma nova onda da doença nos Estados Unidos, num momento em que os cientistas ainda estão a tentar perceber quanto tempo dura a proteção da vacina.
“O nível de prevenção deve ser determinado pelas características das pessoas não vacinadas, que continuam desprotegidas contra a Covid-19”, avança ainda o mesmo documento.
“Sabemos que as pessoas aderiram à vacinação também para poderem voltar a fazer as coisas que gostam com as pessoas que amam”, sublinhou, por seu lado, Rochelle Walensky, a atual diretora do CDC, antes de relembrar que isto não quer dizer que se baixe totalmente a guarda. Daí o organismo continuar a recomendar que as pessoas vacinadas evitem grandes reuniões e mantenham as suas máscaras bem ajustadas além do distanciamento físico, quando estão em público. O CDC aconselha ainda as pessoas vacinadas a serem testadas se desenvolverem sintomas que possam estar relacionados com a Covid-19.
Segundo os dados mais recentes recolhidos por aquele organismo, cerca de 30 milhões de americanos, ou seja 9% da população, foram totalmente imunizados com uma vacina federalmente autorizada. Ao todo, desde o início da pandemia, morreram mais de 500 mil americanos – mais do que o total de mortos somados nas duas guerras mundiais e na guerra do Vietname – o que faz dos Estados Unidos o país mais afetado pela Covid-19. Em todo o planeta, e segundo contas da AFP, as mortes registadas somam já pelo menos 2,6 milhões de pessoas.