Foi anunciado no mês passado que iria ser feita uma revisão ao método de contagem utilizado, após várias queixas de que o cálculo incluía qualquer pessoa que tivesse testado positivo para Covid-19. Isto significa que, mortes derivadas por outras causas, também era contabilizadas como óbitos por Covid.
John Newton, diretor de Melhorias da Saúde da Public Health England afirma que o método anterior foi escolhido para evitar subestimar o número de mortes causadas pelo vírus no início da pandemia, de modo a não relativizar a força do vírus.
A partir de quarta-feira, serão somente classificadas como mortes pela Covid-19 aquelas que ocorreram dentro de um espaço de 28 dias após a confirmação da doença pelo coronavírus.
Pessoas que morram após esse período, mas até a 60 dias após a realização do teste, podem ser adicionadas à contagem de mortes, mas somente se Covid-19 aparecer na certidão de óbito.
A Escócia, o País de Gales e a Irlanda do Norte possuem o mesmo limite dos 28 dias sem a extensão até aos 60 dias, o que pode levar a que não sejam contabilizadas as mortes daqueles que estiveram ligados a um ventilador por mais desse período de tempo.
A Organização Mundial da Saúde não definiu nenhum parâmetro a ser adotado para a medição do número de mortes, mas esta mudança por parte da Inglaterra permite que exista uma consistência dentro do Reino Unido.
Keith Neal, professor emérito de epidemiologia e doenças infecciosas da Universidade de Nottingham, diz que ambos os métodos são “sensíveis”.
“A medida utilizada anteriormente de ser sempre uma morte derivada pela Covid, mesmo após a recuperação da doença, não se revelava científica”, diz. “À medida que o número de mortes pela Covid diminui, o número de pacientes recuperados, particularmente os mais idosos e aqueles com condições médicas preexistentes, estão a morrer dessas mesmas condições, e não de Covid-19”