Para garantir a boa saúde, qualquer um de nós sabe que precisa de ter uma dieta equilibrada, que forneça os nutrientes certos na dose certa. Contudo, nem sempre isso acontece e o défice de vitaminas pode trazer uma serie de complicações para o corpo e para a mente.
A vitamina D é especial nesse aspeto, visto que mesmo com a dieta certa, ela pode não ser absorvida pelo corpo em quantidade suficiente. Embora costume estar presente em alimentos como peixes gordos e alguns lacticínios, é mais facilmente sintetizada pelo corpo através do contacto da pele com a luz solar.
A vitamina D funciona como uma hormona, que regula o funcionamento de uma série de sistemas no nosso corpo. Um estudo de 2014 estima que cerca de mil milhões de pessoas em todo o mundo sofra de défice do nutriente.
Como é que sabe se está a absorver vitamina D suficiente? Se algum destes 7 sintomas lhe é familiar, pode ser que não esteja:
Ficar doente regularmente
Se costuma ficar constipado ou engripado com alguma regularidade, tal pode dever-se a ter níveis baixos de vitamina D no sangue. A vitamina D interage diretamente com as células que compõe o sistema imunitário, e a falta dela pode fazer com que o sistema não funcione como devia.
O défice de vitamina D está associado ao aparecimento de doenças do trato respiratório como gripes, constipações, bronquites e pneumonias. Vários estudos descobriram que a toma de suplementos diários com doses elevadas de vitamina D pode reduzir o rico de contração destas mesmas doenças.
Fadiga e cansaço contínuos
A fadiga pode ter muitas causas, e a falta de vitamina D pode ser uma delas. Este nutriente é conhecido por aumentar os níveis de energia e por contribuir para um estilo de vida ativo.
Um estudo norte-americano analisou o caso de uma mulher de 28 anos que se queixava de fadiga e dores de cabeça crónicas. Análises revelaram que esta tinha uma acentuada deficiência de vitamina D no sangue. Ao tomar um suplemento, os níveis repuseram-se e os sintomas desapareceram. Outro estudo observacional conseguiu estabelecer a ligação entre a falta da vitamina e a fatiga, em mulheres em pré-menopausa.
Portanto, se ao meio do dia já se sente exausto, talvez a explicação resida na absorção insuficiente de vitamina D.
Dores nos ossos e articulações
A vitamina D ajuda na absorção de cálcio pelo corpo. O défice de cálcio, por sua vez, pode comprometer a saúde óssea e aumentar o risco de fraturas.
Vários estudos relacionam o défice da vitamina a dores crónicas na zona lombar, tanto em homens como em mulheres. Dores nos ossos das pernas, nas costelas ou nas articulações são também mais prováveis de aparecer a pessoas com níveis baixos de vitamina D.
Um diagnóstico comum em pessoas mais idosas é a osteopenia ou a osteoporose, que se caracterizam pela perda menos ou mais acentuada, respetivamente, de massa óssea. Este problema reside na fraca absorção de cálcio pelo corpo, que vai piorando com a idade e outros fatores. Um estudo internacional demonstrou uma forte ligação entre a densidade óssea fraca e o défice de vitamina D em mulheres de meia-idade. Contudo, um outro estudo revelou não haver qualquer tipo de recuperação de massa óssea numa pessoa com défice da vitamina, quando tratada com suplementos.
Depressão
A relação entre a depressão e a vitamina D já não é tao linear na comunidade científica. Existem, de facto, estudos que indicam que a vitamina D atua na prevenção do risco de depressão em adultos. Por outro lado, existem estudos que negam esta relação.
Contudo, está provado que um suplemento de vitamina D ajuda a aliviar sintomas de depressão que já estejam a ser sentidos, inclusive de depressão sazonal.
As feridas demoram a sarar
A vitamina D tem um papel fulcral no combate a infeções, no controlo de inflamações, e na cicatrização de feridas. Um estudo de 2016 concluiu que a vitamina aumenta a produção de substâncias necessárias para a formação de pele nova durante o processo de cicatrização. Ao mesmo tempo, um outro estudo demonstrou que a falta da vitamina comprometeu a cicatrização em pessoas sujeitas a cirurgias ortodônticas.
No que toca a inflamações, uma análise a pacientes diabéticos com infeções nos pés revelou que aqueles com grandes défices de vitamina D eram mais propícios a inflamações que comprometiam a cicatrização.
Queda de cabelo
A quebra e queda de cabelo são comumente atribuídas ao stress. No entanto, quando a queda é severa, pode ser devido a um défice de nutrientes.
Nas mulheres, o défice de vitamina D está ligado à queda de cabelo, embora não seja um tema muito estudado. Já nos homens, é mais comum ouvir-se falar de calvície, ou alopecia. Vários estudos apontam o défice da vitamina como um fator de risco para o desenvolvimento da doença degenerativa. E quanto menores os níveis da vitamina no sangue, mais severa a queda de cabelo.
Apesar da relação encontrada, a vitamina D não é a única responsável pela queda de cabelo, existindo muitos outros fatores na equação.
Dores musculares
Nem sempre é fácil determinar a origem de uma dor muscular. No entanto, o défice de vitamina D pode, por vezes, ser o responsável, tanto em adultos como em crianças. Um estudo de 2014 demonstrou que 71% dos participantes com dores crónicas de costas tinham níveis insuficientes de vitamina D no sistema.
Um outro estudo feito com ratos provou que o défice da vitamina aumenta a sensibilidade à dor, enquanto que o tratamento com suplementos ricos na vitamina tem a capacidade de reduzir vários tipos de dores musculares.
Resumindo:
A falta de vitamina D não é fácil de diagnosticar, visto a não especificidade dos sintomas. Existem vários sintomas, como os já descritos, que podem ser sinal de défice da vitamina, mas que também podem ser causados por outros fatores. Posto isto, muitas pessoas podem ter vitamina D em quantidades insuficientes sem nunca perceberem.
Antes de tirar qualquer conclusão, convém sempre falar com o seu médico e explicar-lhe os sintomas que sente. Uma simples análise ao sangue é o suficiente para perceber os níveis de vitaminas a circular na corrente sanguínea.
Combater este problema também não é uma tarefa difícil. Para tal basta aumentar a exposição solar, comer alimentos ricos em vitamina D e, quando necessário, tomar suplementos vitamínicos.