Ainda não é claro se a obesidade provoca ou não alterações na estrutura cerebral, mas a verdade é que uma equipa de investigadores da Universidade de Loughborough, Inglaterra, encontrou, recentemente, uma possível ligação entre o excesso de gordura corporal e a atrofia cerebral.
O estudo envolveu a análise do peso de quase 10 mil pessoas com idade média de 55 anos, das quais 19% eram, segundo os valores do IMC, obesas. Além disso, a equipa realizou ressonâncias magnéticas para determinar o volume cerebral de cada participante, em diferentes regiões do cérebro.
Dentro do grupo com valores de IMC mais elevados, as pessoas que apresentavam a cintura mais larga também tinham volumes cerebrais menores. Em 1291 pessoas foi registado o menor valor, 786 cm³, relativamente aos 3 mil voluntários com um peso considerado saudável, que apresentaram um volume cerebral de 798 cm³.
No cérebro, a massa cinzenta, constituída por células nervosas, relaciona-se com o processamento e a cognição. Já a branca, composta por fibras nervosas, está mais ligada à coodernação da comunicação entre regiões cerebrais diferentes. Neste estudo, não foram encontradas diferenças significativas nos valores dos volumes de substância branca.
Os pesquisadores referem, contudo, que a investigação, publicada na revista científica Neurology, ainda não é clara e que falta perceber se a obesidade pode provocar irregularidades na estrutura cerebral ou se, pelo contrário, pode acontecer o oposto.