A amostra é pequena – apenas 18 adultos saudáveis – para levar a uma mudança radical. Mas se os dados continuarem a acumular-se nesse sentido é bem provável que o leite gordo venha a ser considerado o melhor para a saúde do coração.
Num trabalho publicado no European Journal of Clinical Nutrition, em dezembro passado, cientistas dinamarquesas da Universidade de Copenhaga, dão conta de uma experiência feita ao longo de um mês e meio, a um grupo de 18 adultos. Divididos em dois grupos, cada um dos voluntários bebeu meio litro de leite por dia, ao longo de três semanas. Metade das pessoas tomou leite magro, a outra metade leite gordo. Ao fim desse período, mais três semanas de ingestão controlada, do outro tipo de leite.
As conclusões a que chegaram estão contra tudo o que tem sido recomendado, em particular aos doentes cardiovasculares: no período em que beberam leite gordo, os voluntários apresentaram níveis mais elevados de colesterol bom, ou HDL, enquanto o colesterol mau, ou LDL, não registou qualquer tipo de alteração.
Na verdade, um estudo anterior já tinha chegado a uma conclusão semelhante, mas referente aos efeitos do leite gordo no açúcar em circulação: leite gordo estava associado a menor risco de diabetes.
É muito provável que tenham de ser feitos mais estudos até que o paradigma de consumo de leite mude. Mas tudo parece indicar que afinal para se ser saudável há que preferir leite inteiro.