A pílula está cada vez mais perto de deixar de ser um método contracetivo exclusivamente feminino.
Um grupo de investigadores da American Chemical Society (ACS) descobriu um extrato vegetal capaz de inibir a fertilidade masculina e criou um contracetivo oral baseado na substância – a ouabaína.
Além de poder ser encontrada em plantas, a ouabaína é produzida naturalmente pelo corpo e ajuda a regular a pressão arterial, sendo por vezes receitada a vítimas de ataques cardíacos – e é a mesma substância utilizada pelas tribos africanas para envenenar as flechas usadas na caça e em combate.
De acordo com o estudo, a ouabaína interfere no movimento dos iões de sódio e cálcio e atua sobre uma proteína com um papel essencial na fertilidade, a Na,K-ATPase α4.
Tomada sozinha e em doses elevadas, a ouabaína pode causar danos cardíacos, o que levou os cientistas a criar compostos análogos menos perigosos para o coração mas com o mesmo efeito contracetivo.
Os testes realizados em ratos de laboratório comprovaram a segurança e a eficácia da substância enquanto método contracetivo masculino.
Atualmente, existe um outro método contracetivo masculino em fase de desenvolvimento, o Vasogel, uma substancia injetável que bloqueia os tubos que transportam o esperma. Trata-se do único contracetivo masculino reversível, à exceção do preservativo, e estima-se que chegue ao mercado em 2020.
Até lá, no entanto, teremos de nos contentar com a quantidade quase infindável de contracetivos femininos já existentes.