Quando a ciência se mistura com o amor, os resultados podem nem sempre ser do agrado de todos. Um grupo de psicólogos da Universidade de Groningen, na Holanda, investigou a fundo o processo do amor à primeira vista… para concluir que este não existe.
Aquilo que normalmente classificamos como “amor à primeira vista” é, na verdade, um sentimento baseado numa forte atração física, propõem os investigadores.
O estudo envolveu 396 participantes, maioritatiamente heterossexuais, com uma idade média de 24 anos.
Primeiramente, responderam a um questionário online acerca da sua relação atual, se a tivessem. Depois, foram-lhes mostradas fotografias de estranhos, sobre os quais tiveram de avaliar o nível de atração sentido. Qualquer sentimento associado a amor – intimidade, paixão, compromisso e “eros” – deveria ser reportado e avaliado. Foi-lhes também perguntado se sentiram “amor à primeira vista” pelo estranho na fotografia.
Entre outros testes, os participantes foram ainda chamados a encontros cara-a-cara e a fazer um relatório subsequente dos sentimentos experimentados por aquela pessoa.
No fim de todas as experiências, um total de 32 participantes relatou ter experienciado amor à primeira vista 49 vezes – e a maior parte foram homens.
Contudo, nos encontros cara-a-cara, nenhum dos relatos de amor à primeira vista foi mútuo.
“As nossas descobertas sugerem que o amor à primeira vista reportado mesmo ‘à primeira vista’ não se parece nem com a paixão nem com o amor, no geral”, concluem os investigadores à The British Psychological Society.
Aquilo que todos nós sempre interpretámos como amor à primeira vista é apenas, na verdade, “uma forte atração inicial que alguns classificam enquanto ‘amor à primeira vista’ – seja retrospetivamente ou no momento da primeira vista”.
Apesar desta conclusão, os participantes que se encontravam já comprometidos durante o estudo, e que relataram ter-se apaixonado à primeira vista pelos parceiros, relataram níveis maiores de paixão na relação do que aqueles que não se apaixonaram à primeira vista.
Portanto, os mais românticos que não esmoreçam: ainda há uma réstia de esperança para o amor à primeira vista – pelo menos até ao próximo estudo…