“Há sal de mesa, Sal do mar, sal celta, sal rosa do Peru, sal preto do Havai, sal dos Himalaias e fleur de sel. Independentemente do nome que os vendedores lhe deem, seja qual for o preço ou o pedigree, sal é apenas cloreto de sódio (NaCI) — e, apesar das modas que argumentam o contrário, o sal faz-lhe mal”. É com estas palavras que o nutricionista Joel Fuhrman, muito popular dos EUA, introduz o capítulo sobre o sal do seu mais recente livro “Acabar de vez com as doenças do coração”.
O também diretor do departamento de investigação do Projeto de Pesquisa Nutricional da Associação de Saúde norte-americana, explica que “o corpo humano foi concebido para derivar o seu nível ideal de sódio a partir de uma alimentação natural, mas a maioria dos americanos consome cerca de seis vezes mais do que necessitam.” E os perigos não são ligeiros: Ao elevar a tensão arterial, afetando o músculo cardíaco, “pode levar a um AVC isquémico ou hemorrágico, a problemas renais, ataques cardíacos ou cancro.”
“Depois de muitos anos de exposição a elevados níveis de sal, a tensão arterial começa a subir. Quando isto acontece, reduzir o consumo de sal já não resolve o problema tão facilmente. O consumo de níveis elevados de sal faz com que o corpo retenha mais fluídos que têm de ser transportados pelos vasos sanguíneos, o que aumenta tanto a tensão arterial como a carga para o coração. Se o volume circulatório for mais alto, exerce-se mais pressão sobre as paredes dos vasos sanguíneos. Ao cabo de décadas, as paredes começam a reagir a esta pressão e tornam-se mais espessas, mais duras e mais estreitas. Tal como a água sai com mais pressão ao espremer a ponta de uma mangueira, também este processo aumenta a resistência e obriga a maior tensão para levar o sangue aos órgãos. O coração passa a ter que bombear contra este sistema de alta tensão”, escreve Joel Fuhrman.
O autor de vários livros explica ainda que elevado consumo de sal também estimula a degeneração do tecido do músculo do coração, a que se chama fibrose cardíaca e que aumenta o risco de arritmia.
Estas são, segundo a obra, as dimensões reais do custo do sal para a sociedade:
– A tensão arterial alta que resulta de uma vida de exposição ao sal é uma das causas principais de 1,5 milhões de ataques cardíacos todos os anos)
– Estima-se que uma redução do sal em 1200 miligramas por dia iria evitar entre 54 mil e 90 mil ataques cardíacos todos os anos nos Estados Unidos.
– A tensão arterial alta é o principal fator de risco para os AVC, que são a principal razão para as pessoas acabarem em lares de terceira idade.
– A hipertensão é a principal causa de insuficiências renais.
– A tensão arterial alta é um dos grandes fatores de risco da senilidade
– A tensão arterial alta é uma das principais causas de insuficiência cardíacas
– As insuficiências cardíacas são uma das principais causas de idas ao hospital nos Estados Unidos.
– A tensão arterial alta aumenta o risco de desenvolver fibrilação atrial — a causa mais frequente de desordens no ritmo cardíaco.
– O excesso de sal e de carne são duas das principais causas das pedras nos rins
– Os cancros do estômago, do esófago e dos rins são todos estimulados por consumo excessivo de sal.
– O consumo excessivo de sal provoca mais dores de cabeça e azia.