Vários estudos têm demonstrado os benefícios dos treinos intervalados de alta intensidade, ou HIIT (high-intensity interval training), com o personal trainer que escreve na Bolsa de Especialistas VISÃO a declará-los como uma das melhores formas de perder gordura. Mas um novo estudo vai mais longe e sugere que estas séries repetidas de exercícios breves mas de grande intensidade, alternadas com outros mais moderados, podem mesmo reverter o processo de envelhecimento.
Publicada no Cell Metabolism, a investigação dos cientistas da Mayo Clinic contou com a participação de igual número de homens e mulheres, com idades compreendidas entre os 18 e os 80 anos. Os participantes foram, em primeiro lugar, divididos em dois grupos (dos 18 aos 30 e dos 65 aos 80) e depois divididos novamente para formar três grupos, aos quais foram atribuídos três tipos diferentes de treino, ao longo de 12 semanas: Um grupo fez o treino intervalado de alta intensidade, que consistia em três dias de bicicleta, com momentos de alta intensidade alternados com outros mais lentos, e dois de caminhada na passadeira; Outro grupo fez treino de resistência, com dois dias de exercício por semana e o terceiro fez uma combinação dois dois – pedalavam com menos intensidade que o primeiro grupo e usavam menos peso que o segundo, num total de cinco dias de treino por semana.
No final das 12 semanas, todos os participantes tinham melhorado a sua condição física. Mas os maiores benefícios foram colhidos pelos que tinham incluído o HIIT no seu treino. Os mais novos viram a sua capacidade mitocondrial, que ajuda o corpo a criar energia, aumentar 49%, uma percentagem que subiu para os 69% do caso dos mais velhos. No geral, o grupo também viu reduzido o seu risco de diabetes e melhorada a construção de proteínas que criam as células musculares.
E onde entram, afinal, os efeitos anti-envelhecimento? À CNN, Sreekumaran Nair, da Mayo Clinic explicou que o HIIT é “altamente eficiente” a reverter as mudanças celulares relacionadas com a idade, uma vez que encoraja as células a produzir mais proteínas que ajudam, por sua vez, a produção de energia.
As concluões deste estudo podem, assim, acredita o investigador, ajudar os cientistas a “desenvolver medicamentos específicos que ajudem a alcaçar os mesmos benefícios deste exercício em pessoas que não o podem fazer”.