Apesar de várias vezes relegado para segundo plano em prol do avanço civilizacional e tecnológico, a poluição do ar será a principal causa de mortes associadas a questões ambientais no ano de 2030, com cerca de 2,25 milhões de mortes. Atualmente o número de mortes por ano provocadas pela deterioração da qualidade do ar situa-se abaixo do milhão e meio de vítimas, mas esse número deverá aumentar, em 2050, para 3,6 milhões de mortes por ano.
Estes dados são do relatório da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), divulgados na passada quinta-feira com o mote “Agir agora ou enfrentar graves consequências”, alertando também que são os dois países mais populosos a nível mundial, China e Índia, quem correm maior risco, onde mais de 40% dos previstos 3,6 milhões, deverão ocorrer nestes países.
Este relatório, cujos dados são contabilizados desde 2010 e projetados nas próximas quatro décadas, tem em conta várias causas ambientais na taxa de mortalidade: partículas na atmosfera, poluição nos edifícios, acesso a água potável e impacto da poluição na saúde. Como já foi referido, será o aumento de partículas na atmosfera e consequente poluição que fará mais mortes ao longo do período de tempo estudado, mas as alterações climáticas, das responsáveis por cerca de 500 mil mortes por ano também irão aumentar ao longo do tempo e tornar-se-á na terceira maior causa de morte das referidas, atingindo em 2050 as 750 mil mortes.
Em segundo deverá ficar a poluição nos edifícios. É este tipo de poluição a maior responsável pela ocorrência de doenças respiratórias que, estima-se, mata cerca de 2,2 milhões de pessoas todos os anos, tendência que segundo a OCDE deverá manter-se até 2030. No entanto, ao chegar a 2050 este número diminui ligeiramente para 1,9 milhões.
O acesso à água potável e saneamento básico é outro dos parâmetros responsáveis por milhões de morte em todo o mundo mas, felizmente, um mal cada vez menor. Pelo menos por enquanto. Recentemente a ONU anunciou ter atingido uma das metas a que se propôs: 89% da população mundial tem acesso a água potável. Esta é, hoje, uma das maiores causas de mortalidade infantil nos países considerados de “terceiro mundo” com quase 2 milhões de mortes por ano. Apesar do número assustador, o recente relatório da OCDE mostra que até 2050 estes números irão baixar drasticamente para as 500 mil mortes por ano – ainda assim bastante alto.
Ainda em relação à água e ao seu abastecimento, a OCDE lança um aviso aos vários países: à medida que a necessidade de produção de energia é cada vez maior, a emissão de gases poluentes para a atmosfera poderá aumentar em 50% os valores que já hoje são lançados caso as várias nações falhem em adotar formas energias limpas e renováveis.
Caso isso aconteça, a procura de água potável irá aumentar e daqui a 38 anos cerca de 40% da população mundial irá viver em zonas de seca extrema, ameaçando as produções agrícolas e as reservas de água das cidades.
Veja o Relatório da OCDE.