Depois de terminar o curso de Direito, Nuno Sá, deu a volta ao mundo, com a namorada. Passou pela Austrália, pelo Japão e acabou nos Açores. Nas ilhas, o canadiano, que viveu a adolescência em Sintra, assentou arraiais e definiu o seu rumo: o mar.
Começou por estudar biologia marinha e por trabalhar em observação de cetáceos. Ao mesmo tempo, ia-se aperfeiçoando na técnica da fotografia e treinando o mergulho. Até conseguir dedicar-se a tempo inteiro às imagens, vendia postais aos turistas.
Em 2008, ficou na selecção final da competição mundial Wildlife Photographer of the Year, com uma foto de orcas ao pôr do Sol, sendo o primeiro português de sempre a chegar a esta fase. Com o conhecimento do mar, veio a necessidade de o proteger. “Desenvolvi uma paixão pela vida natural, em especial pela marinha”, conta.
Agora, um dos seus objectivos é envolver os mais novos, levá-los a substituir o anzol pelos óculos. “Para os miúdos, o mar é fonte de rendimento, a relação é muito predatória. É um susto a quantidade de lixo que se encontra no fundo”, desabafa. Nas escolas, Nuno fala do problema dos sacos de plástico, que lembram medusas e confundem as tartarugas ou de como o mero, um gigante dos mares, é tão dócil como um cão.
Numa das suas últimas missões, apanhou um casal de focas-monge, uma espécie mediterrânica, ameaçada, ao largo das Desertas, em pleno clima de romance. O instantâneo valeu-lhe um susto, quando o macho, de três metros, se aproximou e arranhou a máquina. Nuno entendeu o recado e só lá voltou no dia seguinte. A foto vai integrar o Wild Wonders of Europe, um megaprojecto que envolverá 90 fotógrafos de natureza da Europa, na captação do melhor que o continente tem para oferecer.
Além dos mamíferos madeirenses, Nuno Sá fotografou tubarões-frade na Escócia.
SAIBA MAIS:
- Nuno Sá vence maior concurso mundial de fotografia subaquática
- Site oficial de Nuno Sá – www.photonunosa.com