O desafio foi lançado pela Academia Ponto Verde. O convite, feito aos alunos do ensino secundário e profissional, foi experimentarem ser repórteres do ambiente. Para ajudar a desenvolver uma reportagem sobre sustentabilidade e reciclagem, a Academia Ponto Verde, em parceria com a VISÃO, promoveu um workshop de jornalismo, lecionado pela diretora da revista, Mafalda Anjos.
O passatempo decorreu até dia 15 de Maio, e já foram anunciados os vencedores. Na categoria de reportagem escrita, a primeira classificada foi a peça “Sustentabilidad: Um Tema Cada Vez mais Jovem””, apresentada por um grupo Escola Básica e Secundária do Coronado e Castro. As alunas premiadas foram Anabela Silva, Érica Reis e Inês Torres.
Leia abaixo a reportagem vencedora
SUSTENTABILIDADE: UM TEMA CADA VEZ MAIS JOVEM
A sustentabilidade é a manutenção do meio ambiente do planeta Terra, mantendo a qualidade de vida e os ecossistemas em harmonia com as pessoas, de modo a cumprir com as necessidades do presente, sem comprometer as gerações futuras.
Sustentabilidade nos dias de hoje
Cada vez mais, a sustentabilidade é um assunto muito importante para todos os cidadãos, mas principalmente para os jovens, os futuros adultos de amanhã. Por esse motivo, este tema tem sido debatido nas mais amplas áreas, como a ambiental, social, económica, empresarial e até religiosa. Devido à ameaça dos recursos naturais, em consequência da ação humana, a sustentabilidade é uma necessidade real e urgente. Ser sustentável não é assim tão difícil, tratando-se de uma conciliação entre ações conscientes e transformações na nossa rotina; basta olhar para as nossas escolhas, de forma a reduzir a nossa pegada de carbono e o impacto ambiental, através de mudanças no nosso estilo de vida.
São urgentes comportamentos como: evitar o desperdício de água; usar mais frequentemente os transportes públicos; usar fontes de energias renováveis; manter preservadas áreas verdes; priorizar a produção e consumo de alimentos orgânicos; priorizar a utilização de tecnologias que usam fontes de energias renováveis; fazer reciclagem e coleta seletiva do lixo e priorizar o consumo de produtos biodegradáveis. Tudo isto são exemplos de ações simples que podem contribuir para um planeta mais limpo e saudável.
Como os jovens encaram este tema?
Os jovens são os futuros adultos de amanhã, tendo os temas associados ao clima, como as alterações climáticas e a sustentabilidade, tomado uma certa importância neste meio juvenil. Agora, mais tarde do que nunca, jovens ativistas de todo o mundo têm lutado contra a falta de ação dos governos em relação às alterações climáticas, exigindo uma transição do modelo económico que salvaguarde o seu futuro e o futuro do planeta.
Obviamente, Portugal não ficou indiferente a estas manifestações, em que, por exemplo, estudantes portugueses faltaram às aulas a 15 de março deste ano, em várias cidades do país, no âmbito de uma greve global convocada pelo movimento estudantil internacional “SchoolStrike4Climate”, inspirado no trabalho de Greta Thunberg, pela justiça climática. Algumas condições impostas são a redução da utilização dos combustíveis fosseis, a requalificação dos profissionais, o desenvolvimento da ferrovia, o investimento nos transportes públicos e que estes sejam gratuitos, de modo a diminuir o uso de veículos pessoais.
Ao contrário da ideia de que os jovens possuem aversão à política, sendo um tema desinteressante, estas manifestações têm vindo a mostrar o interesse e a intervenção ativa dos jovens, contribuindo para a consciencialização das pessoas e para os impactos das alterações climáticas nas suas vidas, já que não existe Planeta B.
Como as escolas pretendem ser sustentáveis?
As escolas têm vindo a apelar aos seus alunos para assumirem a sustentabilidade nas suas vidas. Uma das formas de tomada de consciência das gerações mais novas sobre os problemas ambientais é, precisamente, a escola ensinar estes valores sustentáveis às crianças e aos jovens, que irão ser responsáveis por conservar a terra para o resto da sua vida, ao mesmo tempo que são preparados para os grandes desafios da sociedade. Sendo a escola responsável pela aprendizagem dos adultos de amanhã, tem o poder de ensinar hábitos sustentáveis e alterar velhos hábitos negativos.
Como exemplo, a Escola Básica e Secundária de Coronado e Castro tem contribuído para a reciclagem com a ajuda dos alunos, juntando uma grande variedade de objetos reciclados para construir uma árvore de Natal, em vez de comprar ou abater um simples pinheiro para o Natal.
Um segundo exemplo, é partir de uma reutilização de materiais, que diariamente se descarta, como o plástico e o cartão, construir assim um carrinho a energia solar, levando a mentalizar sobre a nossa pegada ecológica.
Outro exemplo, é colocar à disposição dos alunos uns ecopontos de reciclagem nos corredores e nos espaços exteriores para a sociedade educativa/estudantil aprender a ser sustentável e ajudar o Planeta, com a separação de resíduos e embalagens.
De acordo com a análise do primeiro trimestre de 2023 da Sociedade Ponto Verde, Portugal tem vindo a “reciclar cada vez mais”, o que significa um aumento de 3%, em comparação com o mesmo período de 2022
Estas simples atitudes, estão incorporadas num projeto chamado “Eco-Escolas”, contando com cerca de 20000 escolas, que pretende encorajar ações no âmbito da Educação Ambiental para a Sustentabilidade, demonstrando a importância da preservação da natureza aos nossos futuros adultos, promovendo a alteração de comportamentos que permitam melhorar a qualidade de vida na escola e na comunidade.
Recolha de embalagens e sustentabilidade
Quando falamos de sustentabilidade, não podemos deixar de pensar sobre a recolha de embalagens. A recolha de embalagens é importante porque promove uma diminuição da Pegada Ecológica. Ao longo dos anos, a sociedade tem vindo a demonstrar um interesse ainda maior acerca da separação dos diversos resíduos, como por exemplo pilhas, cartão, embalagens, latas e ainda vidro.
Algumas vantagens da reciclagem são: a energia economizada, devido à fabricação de materiais a partir de resíduos que consome menos energia do que fabricá-los a partir de matérias-primas “novas”; a matéria-prima poupada, dado que ao produzir materiais novos a partir de embalagens usadas, estaremos a preservar a matéria-prima nova; e ainda a redução de resíduos, uma vez que quanto menos resíduos forem parar a aterros sanitários, maior o tempo de vida dos mesmos.
Poderíamos continuar a enumerar as inúmeras vantagens, mas todas vão ter o mesmo fim: a contribuição para um planeta mais saudável.
Sabias que…
> Enquanto uma parte dos resíduos tem como destino final o aterro, outra parte tem como destino a reciclagem e a compostagem.
> De acordo com a Sociedade Ponto Verde, depois da recolha dos ecopontos, os resíduos seguem para centrais onde são realizados processos de triagem, para a valorização ou eliminação dos resíduos urbanos. Os materiais dos contentores verde (vidro) e azul (papeis e cartão) são armazenados ou empacotados e depois transportados para as empresas de reciclagem.
> Já os restantes resíduos dos outros ecopontos, como o amarelo, são separados, segundo o tipo de material (plástico, metal e embalagens de cartão para alimentos líquidos), e são submetidos a triagem. Durante este segundo processo de triagem, os resíduos de plástico são separados em oito tipos e os metais em dois tipos (alumínio e aço). Só depois desta triagem e separação é que os resíduos seguem para as empresas autorizadas, onde finalmente serão tratados e transformados em matéria-prima para novos produtos.