Por causa de uma bonita jovem, de inteligência cativante, o Papa Francisco podia não ter existido. Foi o próprio Jorge Mario Bergoglio quem o revelou numa série de conversas com o rabino Abraham Skorka, o que deu um livro – Sobre o Céu e a Terra (ed. Clube do Autor). Seminarista tardio (entrou para o noviciado da Companhia de Jesus já com 20 anos), Bergoglio relatou ao amigo Skorka como a sua convicção vocacional foi muito abalada logo à nascença.
“Quando eu era seminarista, fiquei deslumbrado com uma rapariga que conheci no casamento de um tio”, contou. “Surpreendeu-me a sua beleza, a sua luz intelectual e, bem, andei desorientado durante bastante tempo, dando voltas à cabeça.” No regresso ao seminário, vindo do copo-d’água, o atual Papa confessa que não conseguiu rezar “durante uma semana, porque, quando me predispunha a fazê-lo, assomava à minha mente a imagem da tal rapariga”. Foram dias duros, admite Bergoglio. “Tive de pensar seriamente no que estava a fazer. Ainda era livre, pois era seminarista, podia voltar para casa, e ciao, ciao. Tive de repensar a minha opção de vida. Voltei a eleger – ou a deixar que elegessem para mim – o caminho religioso.”