Chegámos a Florença com os últimos raios de luz, pelo que, tiradas informações para a próxima paragem a seguir a esta, sair e não sair da estação, ficou de noite.
Como sempre não tínhamos dormida reservada. Pedimos indicações da morada de um Hostel que já tínhamos pesquisado e ficava, aparentemente, perto da estação. Foi fácil dar com a rua, em seguida com a porta e depois em ouvir que já estava cheio. Ou seja, mudanças de planos: pesquisar outro que fosse perto desta rua, mas fiquei muito mais descansado quando na aplicação (Hostel Hero) me apareceram uns três.
Do primeiro não gostámos nada, um recepcionista da minha idade, os quartos não tinham nada bom aspecto, com uns corredores apertados, paredes pintadas de vermelho, não havia sequer sala de convívio e pareceu-me não haver mais de duas pessoas alojadas. Fizemos aquele papel de “Obrigado, mas ainda não sabemos” e descemos novamente à rua. Já exaustos de andar a passear as mochilas e as alternativas a ficarem reduzidas, lá fomos tocar à campainha de outro. Tocámos, tocámos, e tocámos, e ainda voltei a tocar, e ninguém respondia. Certamente não quer clientes pensei… Estava impaciente, mas lá abriram a porta e ouvimos alguém a dizer para subirmos até ao 4º andar.
O primeiro contacto foi bom; ter sido recebido por uma bonita argentina é sempre diferente. Melhor do que por um chinês da minha idade! Aquilo sim considero um Hostel, pelos seus cómodos quartos, casa de banho moderna, uma cozinha espaçosa e um staff simpático que mostra gostar de receber clientes e de lhes proporcionar uma boa estadia. Por termos já chegado à noite, optámos por ficar a dormir duas noites, não só para descansar bem, mas para também aproveitar minimamente a cidade.
Depois de duas noites seguidas sem dormir num colchão, o nosso corpo já pedia repouso, portanto quando chegámos ao quarto nem queríamos acreditar em tão boa que ia ser a noite. Sem dúvida que nestes momentos se valoriza termos uma casa, quando no dia-a-dia não passa de algo normal que está inerente às nossas vidas. O dia e meio passados em mais uma excelente cidade italiana, com um Sol a proporcionar um calor sufocante, mas a ajudar nos registos fotográficos, siginificou uma óptima paragem! As memórias que tenho de Florença são de uma cidade muito agrádavel, sossegada e muito histórica.
Naquele dia inteiro fartámo-nos de andar um ponto para o outro, visitar alguns monumentos, praças, atravessar para a outra margem pela simpática ponte Vecchio, bem como apreciar alguns jardins e respirar o seu ar puro, sempre de câmera na mão. Foi um dia memorável que chegou para passar nos principais pontos e até visitar um museu de arte e escultura, onde estavam grandes obras de Michelangelo, entre as quais a mais famosa, o David (construída entre o ano de 1501 e 1504).
Com o entardecer fomos até a um miradouro para de lá vermos o pôr-do-sol com vista sobre toda a cidade. É muito bonita, com uma construção baixa que realça em grande plano a Catedral (Duomo) com o seu enorme telhado vermelho, e para além da cidade, a profundidade do horizonte marca grandes zonas de campo circundadas por serras. Como era a nossa última noite em Florença, depois de jantarmos, resolvemos ir dar uma volta à zona dos bares nocturnos, beber umas cervejas e acabar por conhecer gente nova.
É por estas razões que adoro viajar, e sei que em vários pontos do Mundo tenho amigos e uma casa onde ficar!
Facebook Livro – InterRail, Nuno Mota Gomes